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Sérvio 'bad boy' compara gols a droga e é artilheiro que Neymar não conhece

AP Photo/Matthias Schrader
Imagem: AP Photo/Matthias Schrader

Arthur Sandes

Do UOL, em São Paulo

27/06/2018 04h00

Aleksandar Mitrovic é o maior perigo que a seleção brasileira tem pela frente nesta quarta-feira (27), a partir das 15h (de Brasília) em duelo decisivo por vaga nas oitavas de final da Copa do Mundo. O centroavante da Sérvia tem passado raivoso e foi um criminoso em potencial, mas se encontrou no futebol e agora encara o Brasil com uma motivação extra: ser desconhecido de Neymar.

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Mitrovic é um camisa 9 de almanaque; alto, pesado e brigador. Sua profissão não é pentear a bola, é fazer gols. Não dá para considerá-lo matador, porque ele acerta na mesma medida em que erra, mas é perigoso, chato de marcar. É o jogador que mais tentou cabeceios neste Mundial (sete), sendo a referência dos lançamentos da seleção sérvia. Após ótima temporada com o Fulham (ING), chegou à Rússia dizendo que “nunca se sentiu tão bem fisicamente”.

Ele viveu grande temporada europeia. Fez doze gols em 20 jogos na segunda divisão, em um intervalo de apenas dois meses, e ajudou o Fulham a subir. Não fez só isso: na seleção, marcou seis vezes nas Eliminatórias e foi fundamental para a conquista da vaga na Copa. Apesar do protagonismo, não entrou no radar de Neymar.

O craque brasileiro mostrou desconhecer o sérvio durante uma entrevista a youtubers sérvios. “Você sabe alguma coisa sobre Mitrovic?”, lhe questionaram; Neymar admitiu que não. O episódio pegou mal na imprensa do país porque o camisa 10 da seleção tinha dito que os adversários na Copa seriam duros. “Como Neymar sabe isso, mas sequer conhece Mitrovic?”, questionou o jornal local Informer naquela semana.

O camisa 9 sérvio também não tem perfil de ‘parça’. Mitrovic teve adolescência turbulenta e por pouco não teve destino trágico. “Meu pai diz que, se eu não fosse jogador, seria um criminoso – ou lutador de kickboxing. Sempre tomava decisões estúpidas e me envolvia em confusões”, revelou há poucos meses, resumindo a expectativa que a família tinha sobre seu futuro.

Mitrovic começou a carreira no Teleoptik e logo foi contratado pelo Partizan. Então virou o reforço mais caro da história do Anderlecht (BEL) e a partir de 2015 causou problemas em sua passagem pelo Newcastle. Explosivo em campo, reconhece que nesta época “não conseguia pensar até um” ao perder a cabeça, mas diz ter melhorado após o nascimento do filho Luka em 2016.

O instinto ‘bad boy’, no entanto, ainda está presente na sua relação com o futebol. “Gols são como drogas, você fica faminto como um lobo e quer cada vez mais”, declarou às vésperas da Copa. Ele teve sua dose de gol na derrota sofrida para a Suíça na última sexta (22), quando fez um gol e brigou muito, enroscando-se de todo jeito. Agora a Sérvia está obrigada a vencer o Brasil para se classificar, o que para Mitrovic não parece ser um problema. “Não só acredito, estou convencido e certo de que vamos vencer”, crava, confiante.

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