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Di María revela pedido do Real Madrid para não jogar final da Copa de 2014

Di María faz seu primeiro treino com a Argentina na preparação para a Copa - JUAN MABROMATA/AFP
Di María faz seu primeiro treino com a Argentina na preparação para a Copa Imagem: JUAN MABROMATA/AFP

Do UOL, em São Paulo

25/06/2018 13h00

O argentino Ángel Di María revelou em texto publicado no site The Players' Tribune que recebeu uma carta do Real Madrid no dia da final da Copa do Mundo de 2014 pedindo para que ele não entrasse em campo contra a Alemanha no Maracanã.

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O jogador estava com uma lesão muscular na coxa desde as quartas de final e vinha jogando com a ajuda de anti-inflamatórios, gelo e infiltração.

“Eu estava colocando gelo na perna quando o médico Daniel Martínez entrou no quarto com um envelope na mão e disse: ‘Ángel, esse papel vem do Real Madrid’. ‘Como? O que está me dizendo’, falei. Ele respondeu: ‘bem, eles dizem que você não está em condições de jogar. E estão nos forçando a não deixar você jogar hoje’”, contou o meia.

“Imediatamente entendi o que estava passando. Todos tinham escutado os rumores de que o Real queria comprar o James Rodríguez depois da Copa, e eu sabia que queriam me vender para ter lugar para ele. Assim, queriam que o jogador deles não ‘quebrasse’ antes de me vender. Foi assim tão simples. Esse é o negócio do futebol que as pessoas nem sempre veem”, continuou.

“Eu pedi para o Daniel me dar a carta. Sequer a abri. Só rasguei em pedacinhos e disse: ‘leve para fora. O único que decide aqui sou eu’”, finalizou.

Nove dias após a derrota da Argentina por 1 a 0 contra a Alemanha, o clube espanhol anunciou o meia colombiano como novo reforço por 80 milhões de euros (cerca de R$ 240 milhões na época). Pouco mais de um mês depois, foi a vez de Di María fechar com o Manchester United por 59,7 milhões de libras (226,5 milhões de reais na época).

O argentino recordou que teve uma conversa com o técnico Alejandro Sabella dizendo que não ficaria chateado caso não entrasse em campo por conta das limitações física. E foi justamente isso que aconteceu. Do banco, o camisa 7 viu a derrota de seu país na final.

“Acordei muito cedo e foi ver nosso técnico. Tínhamos uma relação muito próxima e, se eu dissesse que queria jogar, ele iria sentir a pressão de me colocar. Falei honestamente, com uma mão no coração, que ele devia colocar o jogador que sentisse que devia. E, então, comecei a chorar. Não pude evitar”, disse.

“Antes do jogo, Sabella anunciou que Enzo Pérez ia ser titular, porque estava 100% fisicamente. E bom, joga ele, tudo bem. Eu fiz uma infiltração antes do jogo e outra durante o segundo tempo para ficar preparado para jogar se ele me mandasse entrar. Mas o chamado nunca aconteceu. Perdemos a Copa do Mundo. Foi o dia mais difícil da minha vida”, afirmou.

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