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Rodrigo Mattos

REPORTAGEM

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Libertadores inicia com menos patrocinadores, apesar de exibição na Globo

Hulk com o painel de patrocinadores da Conmebol ao fundo com espaços com a marca da entidade - Pedro Souza / Atlético / Flickr
Hulk com o painel de patrocinadores da Conmebol ao fundo com espaços com a marca da entidade Imagem: Pedro Souza / Atlético / Flickr

Colunista do UOL

03/03/2023 04h00

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A Libertadores-2022 tinha dez patrocinadores oficiais distribuídos em diferentes segmentos do mercado. A Libertadores-2023 iniciou-se com apenas seis parceiros comerciais, número que deve subir para sete em breve. Isso ocorre apesar da volta da Globo às transmissões em um contrato em que é obrigada a exibir os apoiadores da competição. O entendimento na Conmebol é que, mesmo com menos apoiadores, a receita publicitária será maior nesta edição.

Há algumas explicações para a dificuldade da Conmebol de fechar patrocínios:

  1. Aumento dos valores cobrados pela entidade em alguns segmentos.
  2. A saída de parceiros estratégicos como Bridgestone e Qatar Airways, esta última firmada em acordo relacionado à promoção da Copa no país do Oriente Médio.

Ao final de 2022, encerravam-se o ciclo dos contratos de televisão e patrocínio da Libertadores. No início do ano passado, a Conmebol conseguiu de forma bem-sucedida a venda dos direitos de televisão por mais quatro anos, com um reajuste em torno de 20%.

Na negociação, obteve ainda um benefício extra: a Globo passou a ser obrigada a exibir os patrocinadores da Conmebol nas transmissões, como as TVs fechadas já faziam. A expectativa da entidade, portanto, era de aumentar os valores de patrocínios.

Mas houve problemas nas negociações. Primeiro, a Qatar Airways, que era o maior contrato, saiu já que a parceria fora fechada no contexto de promover a organização da Copa do Mundo de 2022. O valor chegava a US$ 12 milhões por ano. Depois, a renovação com a Bridgestone, que era dada como certa na Conmebol, enrolou-se e não se realizou — a empresa decidiu investir em outros ativos no esporte como a F1.

Além disso, saíram a Ford, a Rexona e o Santander, este último porque ficou bloqueado pelo contrato de serviços financeiros do Mastercard. A empresa de cartões de créditos, com isso, passou a pagar mais.

A Conmebol passou a cobrar valores maiores e conseguiu aumentos significativos em alguns contratos. A Amstel teve de investir mais por causa da concorrência, a Sportingbet ofereceu mais para substituir a Betfair. Além das duas, os outros parceiros comerciais são Mastercard, EA Sports, Crypto e Coca-Cola.

Mas há ainda três ou quatro cotas em aberto de patrocínio para a Libertadores. Uma deve ser ocupada pela TCL, que está em negociações avançadas com a Conmebol. A entidade ainda tenta uma companhia aérea para substituir a Qatar Airways.

Na Conmebol, a informação é de que o valor de patrocínios já subiu em relação ao último ciclo mesmo com seis cotas vendidas. O crescimento será maior se houver mais três patrocínios fechados, como é expectativa da entidade. Assim, a confederação considera que teve uma negociação positiva de patrocínios.

A explicação dentro da Conmebol para o número menor de patrocínios no início da Libertadores são atrasos provocados pela negociação da Copa do Mundo do Qatar-2022. Houve foco do mercado publicitário mais direcionado à competição e mundial, o que retardou conversas da entidade.