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Rodrigo Mattos

REPORTAGEM

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Permanência do Vasco na Série B causa perda de R$ 146 milhões em três anos

Fernando Diniz com o presidente Jorge Salgado e o diretor Alexandre Pássaro em sua apresentação no Vasco - Rafael Ribeiro/Vasco
Fernando Diniz com o presidente Jorge Salgado e o diretor Alexandre Pássaro em sua apresentação no Vasco Imagem: Rafael Ribeiro/Vasco

12/11/2021 04h00

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O fracasso do Vasco em subir para a Série A terá um impacto negativo de R$ 146 milhões nas receitas do clube nos próximos três anos. A estimativa é do próprio clube no plano para pagamento de dívidas civeis e trabalhistas apresentado à Justiça. Essa conta, obviamente, considera que o time conseguirá a promoção de volta à elite em 2022.

Com base na Lei da SAF, clube-empresa, o Vasco pediu à Justiça a adesão do Regime de Centralização de Execuções. Assim, o clube passará a ter descontado 20% de sua receita destinado a uma fila de credores. O acordo ainda precisa ser homologado.

Para convencer a Justiça, o Vasco tem de apresentar uma previsão de seu fluxo de caixa para os próximos três anos pelo menos. O plano é mais abrangente: as dívidas cíveis e trabalhistas têm de ser pagas no período de 10 anos.

Em sua projeção, o Vasco estimou que terá uma receita de R$ 187 milhões em 2022 ao ficar na Série B. Caso conseguisse a vaga na Série A, o clube projetava um ganho de R$ 265 milhões. Ou seja, pelas contas vascaínas, a campanha gerou um impacto negativo de R$ 78 milhões para a próxima temporada.

As maiores perdas em receitas são, obviamente, em cotas de televisão a premiação. Só nesses itens o faturamento sofreu um desconto de R$ 62 milhões. Há ainda perdas com marketing, sócio-torcedor e bilheteria.

Mas o impacto não se resume ao segundo ano na Série B. Pela projeção do Vasco, essa permanência na Segundona reduz a velocidade de aumento de receita prevista pelo clube. Considerando 2023 e 2024, o clube considera que terá outros R$ 68 milhões a menos em receita por ter um ano extra fora da elite. E isso somente se, de fato, conseguir a ascensão à Série A no próximo ano.

Apesar desse cenário, o Vasco ainda assim prevê o pagamento de um volume alto de dívidas nos próximos três anos. Pela projeção, o caixa do clube terá de destinar R$ 489 milhões para dívidas neste período. Isso não significa que a redução da dívida será neste montante.

Com a limitação de recursos disponíveis, o Vasco terá de manter suas despesas baixas. A previsão de despesa com folha de pagamento é de R$ 60 milhões. Ou seja, é um patamar similar ao que o clube teve no final deste ano. No documento à Justiça, o clube relata que sua folha é de R$ 5 milhões por mês. Pelo papel, o Vasco não terá dinheiro extra para subir em 2022: terá de aplicar com mais eficiência.

Se consideramos o quadro de 2021, o Vasco ainda assim estima um crescimento de receita para o próximo ano. Para efeito de comparação, o Vasco somou R$ 132 milhões em receitas até o final de setembro, terceiro trimestre do ano. E lembremos que recebeu parte da receita de TV da Série A de 2020 por causa da extensão da temporada.

Para atingir o objetivo, o clube terá de manter o engajamento da torcida —há previsão de R$ 25 milhões em bilheteria— e vender jogadores no mesmo patamar da atual temporada. E, principalmente, tem de estar na Série A em 2023.