Rafael Reis

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Richarlison encabeça lista de alvos da Arábia para janela de janeiro

Depois de gastar quase 1 bilhão de euros (R$ 5,3 bilhões) em reforços na última janela de transferências e se transformar no segundo maior mercado consumidor de jogadores do futebol mundial, a Arábia Saudita já se prepara para uma nova investida por atletas conhecidos no cenário internacional.

E um dos principais alvos dos clubes da Saudi League, a primeira divisão do endinheirado país do Oriente Médio, para o Mercado da Bola de janeiro é um brasileiro: o atacante Richarlison, do Tottenham.

O interesse do mercado saudita (sem identificação de um time em específico) pelo jogador de 26 anos foi publicado inicialmente pelo jornal inglês "Daily Telegraph" e, em um segundo momento, confirmado pelo "Blog do Rafael Reis".

Por que Richarlison está na mira?

Diferente do que fez no meio do ano, quando tentou seduzir Lionel Messi e até mesmo Kylian Mbappé, o mercado saudita deve pegar mais leve no começo de 2024 e se concentrar em alvos também muito famosos, mas que fazem parte de um segundo escalão da Europa.

Um dos motivos para essa mudança de comportamento é que quase todas as vagas destinadas a estrangeiros na primeira divisão saudita (oito por clube) já estão preenchidas. Além disso, o fato de a temporada no Velho Continente estar em andamento dificulta a saída dos principais jogadores.

Apesar de ter contrato em vigor com o Tottenham, Richarlison não está tão "amarrado" assim à equipe inglesa. Afinal, o brasileiro tem sido reserva nos jogos mais importantes e não vê muitas possibilidades de alterar esse cenário nos próximos meses.

Por isso, é um alvo com maior disposição a aceitar uma oferta para mudar de clube em janeiro do que aqueles jogadores que estão "voando" na Europa. E essa é uma razão determinante para a Arábia ir atrás dele.

Outros alvos

As características que colocaram Richarlison na mira dos clubes do Oriente Médio (o combo de fama e momento negativo na carreira) também transformaram em alvo do mercado saudita o meia-atacante inglês Jadon Sancho, que está brigado com o técnico Erik ten Hag e não disputa uma partida oficial pelo Manchester United desde agosto.

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O volante brasileiro Casemiro, também do United, e o atacante egípcio Mohamed Salah, do Liverpool, são outros desejos da endinheirada liga. No entanto, devido ao papel de protagonismo que ainda possuem na Europa, o mais provável é que eles não recebam ofertas em janeiro, só na janela de virada da temporada.

O próximo período de contratações do futebol saudita começa no primeiro dia de 2024 e vai até 30 de janeiro. Os novos reforços só serão utilizados a partir da segunda metade de fevereiro, quando a Saudi League retorna das férias de fim de ano.

Por que a Arábia está gastando tanto?

A transformação da Arábia Saudita no novo eldorado do futebol mundial, com contratação de estrelas do porte de CR7, Karim Benzema, Neymar e Sadio Mané, é uma tentativa da monarquia que governa o país de melhorar sua imagem no cenário internacional.

O exemplo vem do Qatar, que investiu a rodo no Paris Saint-Germain e na organização da Copa do Mundo-2022 para tentar deixar de ser lembrado como um país que não respeita os direitos civis e ainda se utiliza de trabalho análogo à escravidão.

No caso saudita, a prática do "Sportswashing" está ligada ao longo histórico que conecta a nação à violação de direitos humanos (especialmente em relação às mulheres e à comunidade LGBTQIA+) e perseguição religiosa contra a minoria cristã que habita o país.

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O príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, maior entusiasta do projeto, foi apontado por um relatório de inteligência norte-americano como mandante da morte do jornalista Jamal Khashoggi, um ferrenho opositor do governo árabe, ocorrida em 2018.

Foi depois desse acontecimento que a nação intensificou o investimento em futebol (também comprou o Newcastle, da Inglaterra) e lançou a vitoriosa candidatura para receber a Copa-2034.

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