Rafael Reis

Rafael Reis

Siga nas redes
Reportagem

Por que Cano é astro no Brasil e um 'quase anônimo' na Argentina?

Germán Cano já meteu 36 bolas nas redes em 2023, ocupa a artilharia desta edição da Copa Libertadores da América (12 tentos) e é reconhecido como um dos grandes mestres na arte de fazer gols do futebol brasileiro, onde atua há quatro temporadas.

Só que o centroavante de 35 anos não goza do mesmo reconhecimento na Argentina, sua terra-natal e país do Boca Juniors, adversário do seu Fluminense na decisão do torneio continental, sábado, no Maracanã.

Pelo contrário, Cano só recentemente começou a ter seu nome citado pelos principais veículos da imprensa esportiva argentina e, para a população comum, aquela que até gosta de futebol, acompanha seu time de coração, mas não vive tão intensamente assim seu dia a dia, não passa de um desconhecido.

Carreira longe de casa

O principal motivo desse desconhecimento do torcedor argentino a respeito do artilheiro do Fluminense vem do fato de ele pouco ter jogado no seu país de origem.

Cano começou a carreira no Lanús, mas foi embora da Argentina em 2011 depois de empréstimos de pouco sucesso por Chacarita Juniors e Colón e menos de 50 partidas oficiais disputadas.

O atacante jogou no Paraguai e no México, mas viu sua carreira explodir mesmo na Colômbia.

Na soma de duas passagens pelo Independiente Medellín, Cano marcou 129 vezes em 192 partidas (média de 0,67 gol por jogo), foi seis vezes artilheiro do Campeonato Colombiano e se transformou no maior goleador de toda a história do clube.

Foi esse sucesso bem longe da Argentina que chamou a atenção do Vasco, clube que o trouxe para o Brasil em 2020 e que, dois anos tarde, acabou perdendo-o para o Fluminense.

Continua após a publicidade

Descoberta tardia

Foi só neste ano que Cano começou a ter algum destaque na imprensa esportiva argentina. A virada de chave foi a histórica goleada por 5 a 1 aplicada pelo Fluminense sobre o River Plate, em maio, pela fase de grupos da Libertadores.

Os três gols marcados contra um dos gigantes do país (justamente o arquirrival do Boca) renderam ao atacante sua primeira capa no diário esportivo "Olé", um marco na carreira de qualquer jogador "Hermano".

Desde então, os maiores veículos da imprensa argentina passaram a cobrir, ainda que timidamente, os principais feitos de Cano, especialmente aqueles realizados dentro da Libertadores, como a artilharia e a classificação para a final da competição.

Penta do Brasil?

A partida entre Fluminense e Boca Juniors será a segunda decisão de Libertadores disputada no Maracanã desde que a Conmebol resolveu adotar o modelo de jogo único para definir o campeão continental. Em 2020, o Palmeiras levou a melhor sobre o Santos no estádio carioca.

Continua após a publicidade

Caso a taça fique com o "time da casa", esse será o quinto ano consecutivo que um clube brasileiro se consagra como melhor do continente, marca que jamais foi atingida pelo futebol pentacampeão mundial em mais de seis décadas de história da competição.

Apesar do domínio recente, construído graças às conquistas do Flamengo (2019 e 2022) e do Palmeiras (2020 e 2021), o Brasil ainda continua atrás da Argentina no ranking de troféus levantados: 25 a 22. E permanecerá na segunda posição do ranking independentemente do que aconteça no sábado.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Deixe seu comentário

Só para assinantes