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Endrick como reserva é ponto negativo do início de Dorival na seleção

É cedo para fazer uma análise profunda do início de trabalho de Dorival Júnior na seleção brasileira. Porém, há algo que se pode dizer com segurança: o principal ponto negativo da largada do treinador no time nacional foi a insistência em utilizar Endrick como reserva.

Enxergar que o jogador palmeirense era opção melhor do que Raphinha independe de tempo no cargo.

A superioridade técnica do atleta do Palmeiras em relação à do do Barcelona é óbvia.

No entanto, Dorival optou por começar o amistoso diante da Inglaterra com Endrick no banco.

Ele entrou no segundo tempo, fez o gol da vitória por 1 a 0 e parecia ter assegurado a vaga entre os titulares para a partida seguinte.

Só que não. Dorival preferiu mantê-lo no banco, bancando Raphinha entre os titulares.

O Brasil foi engolido no primeiro tempo contra a Espanha, ontem (26), e chegou ao intervalo perdendo por 2 a 1.

Dorival, finalmente, enxergou o que era evidente e colocou o jogador do Alviverde no lugar de Raphinha, um dos piores em campo (veja as notas aqui).

Endrick entrou voando e precisou de 4 minutos para fazer o gol de empate. O desempenho do atacante de 17 anos no 3 a 3 com a Espanha escancarou a falha de Dorival ao começar o jogo sem ele.

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O treinador pede calma com Endrick e diz que é preciso deixá-lo caminhar de forma natural.

Faltou o técnico da seleção avaliar melhor o trabalho que Abel Ferreira fez com o jovem talentoso.

O comandante palmeirense teve calma (até demais) com Endrick e trabalhou sua maturação. O atacante caminhou naturalmente.

Claro que a formação dele ainda não está completa, mas isso não o impede se ser titular da seleção, principalmente depois de fazer um jogo muito bom, como aconteceu contra a Inglaterra.

Endrick foi protagonista na arrancada do Palmeiras rumo ao título brasileiro de 2023.

Isso somado ao fato de que ele está em nível superior aos de seus concorrentes no momento indica que ele tem estrutura para ser titular da seleção, pelo menos em amistosos.

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Preocupado com a formação do jovem atacante, Dorival deveria perceber que colocá-lo para jogar desde o começo contra Inglaterra e Espanha seria importante para sua evolução até a Copa de 2026, se o Brasil se classificar.

Enxergar Endrick como reserva da seleção brasileira nesses amistosos foi como olhar para uma fruta madura no pé e não pegá-la.

O erro de avaliação com o palmeirense, entretanto, não significa que o início de Dorival na seleção é ruim. Ele teve acertos e falhas, seguindo o caminho esperado de um começo de projeto. Dorival só não pode deixar que sua cautela com Endrick se transforme em teimosia.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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