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REPORTAGEM

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Justiça concede liberdade a cinco suspeitos de ataque a ônibus. SPFC reage

Ônibus do São Paulo após ataque em emboscada - Divulgação
Ônibus do São Paulo após ataque em emboscada Imagem: Divulgação

11/02/2021 17h06

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Com Pedro Lopes, do UOL, em São Paulo

A Justiça de São Paulo concedeu liberdade provisória para cinco torcedores que estavam presos sob a acusação de participação na emboscada ao ônibus do São Paulo no último dia 23.

Eles poderão responder ao inquérito em liberdade. Porém, terão que se apresentar a cada 30 dias em juízo, não poderão frequentar estádios e precisarão ficar em casa todos os dias entre 22h e 6h.

No entanto, depois da decisão, o São Paulo apresentou pedido para ser homologado como assistente de acusação e requereu que a soltura dos suspeitos seja revista pela Justiça.

Os advogados do clube também pedem que sejam anexados aos autos documentos produzidos pela Polícia Militar sobre as bombas encontradas no galpão em que os suspeitos foram detidos.

Para os representantes do São Paulo, esses torcedores podem ser denunciados por mais dois crimes. São eles: expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, mediante explosão, arremesso ou simples colocação de engenho de dinamite ou de substância de efeitos análogos e guarda de explosivos sem autorização.

O pedido é para que o Ministério Público analise os documentos e decida se muda a denúncia para incluir as novas acusações.

O juiz José Fernando Steinberg tomou a decisão favorável aos suspeitos após o promotor Roberto Bacal requerer a liberdade provisória e de os advogados Renan Bohus da Costa e Tiago Ziukerles Mafaldo entrarem com pedido de habeas corpus com pedido de liminar.

Os defensores alegam que não estão presentes os elementos necessários para a manutenção da prisão preventiva.

Já o promotor se manifestou afirmando que "carece o auto de prisão em flagrante de melhores elementos probatórios. De igual forma, se faz necessária a produção de prova pericial e testemunhal mais minudente para a individualização das condutas criminosas quanto aos crimes narrados, sendo certo que os denunciados que foram presos em flagrante não foram nominados pessoalmente no auto de prisão em flagrante, tendo inicialmente saído de um grupo de 30 indivíduos, que foram observados à distância pela Polícia Militar".

O juiz do caso concordou que "as prisões processuais não mais se justificam, como postulado pelas partes".

Como mostrou o blog, o Ministério Público denunciou 14 torcedores por associação para cometer crimes, destruir coisa alheia com substância inflamável ou explosiva, opor-se a ato legal mediante violência (no caso, entraram em conflito com policiais militares ao serem localizados), ofender a integridade corporal de alguém e promover tumulto em evento esportivo.

A Justiça ainda não respondeu se aceita a denúncia. Todos chegaram a ser presos, mas nove já tinham sido postos em liberdade.

Um diretor da Independente, principal torcida organizada do São Paulo e que não estava no local da emboscada nem foi preso, foi denunciado por associação para cometer crimes. Ele nega sua participação no episódio.

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