Fluxo de caixa vira muleta para clube tentar justificar atraso de pagamento

Atlético Mineiro e Botafogo apareceram no noticiário nos últimos dias devendo aos seus profissionais. Os dois alvinegros contam com significativos aportes financeiros de pessoas ricas. O clube carioca, que virou SAF, enfim acertou as contas no finalzinho de 2022.

Em ambos os casos reportagens a respeito do não pagamento em dia atribuíram a anomalia a problemas com o "fluxo de caixa". O mesmo ocorreu com relação ao Palmeiras, que não teria pago parte do valor pela contratação de Piquerez, motivando o Peñarol a ir até à Fifa.

Ora, toda organização que faça jus ao nome equilibra recebimentos e pagamentos. E o faz de maneira que o saldo permita o cumprimento de suas obrigações rotineiras. "Não dá mais para o futebol reclamar do 'problemas de fluxo de caixa'. A surpresa veio em 2019, com a mudança do fluxo de receitas de TV. Hoje todos deveriam estar aptos a tratar disso com antecedência", enfatiza Cesar Grafietti, especialista em análises financeiras do futebol.

É preciso que sempre exista capital de giro para folha de pagamento, impostos e fornecedores. E se possível com saldo para investir, fazer melhorias etc. Quando esse dinheiro não está disponível as saídas são: antecipar receitas ou buscar empréstimos bancários. "Sim, há alternativas de antecipações e empréstimos justamente para ajustar fluxo de caixa", reforça Grafietti.

Atrasar compromissos financeiros e alegar problema de fluxo de caixa não basta. Aliás, isso beira o absurdo. E o jornalista que apura esse tipo de informação deveria perguntar porque o clube que deixa de pagar em dia não tomou tais providências.

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