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Mauro Cezar: Dono do Botafogo adota frase de efeito como os velhos cartolas
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"Em 2023, o (campeonato) carioca será um grande torneio para nossa equipe B do Botafogo". Em inglês, John Textor, o novo dono do futebol botafoguense, tuitou ao final do jogo com o Fluminense, insinuando que o time principal não deverá jogar o próximo Estadual.
Óbvio que instantaneamente torcedores e "influencers" da estrela solitária vibraram com a postagem do empresário americano no Twitter. Não, absolutamente não é má ideia colocar o certame local em segundo plano e priorizar competições maiores.
Mas não é por intermédio de rede social e no calor de uma eliminação cercada de (pertinentes) questionamentos sobre a arbitragem que se resolve isso. Fica parecido com as conhecidas bravatas dos velhos cartolas do nosso futebol.
Digamos que o Botafogo leve a ideia adiante, por que o faria? Por considerar o certame deficitário, prejudicial à preparação do time para a temporada? Ou apenas por não gostar da arbitragem. Por sinal, no Brasil, se os apitadores pautarem esse tipo de escolha, talvez a equipe A não tenha o que jogar.
Fato é que antes de tomar qualquer decisão do gênero, qualquer clube precisará analisar compromissos contratuais assumidos e calendário. Sim, pois nesses primeiros meses de 2022, de janeiro ao começo de abril vários times só tiveram os estaduais para disputar.
E se for assim no ano que bem? O que faria o time de John Textor, ficaria apenas treinando? Disputaria amistosos? Onde? Com quem? Qual seria o valor desses hipotéticos cotejos em termos técnicos?
Óbvio que os estaduais são inchados e atrapalham a temporada. Mas não é tão simples virar as costas para eles sem encontrar boas alternativas que mantenham os times em atividade. Pelo menos com a atual configuração de calendário do futebol praticado no país.
No mundo ideal os estaduais seriam curtíssimos e haveria mais tempo para pré-temporada. Mas nada impede que eles sejam encarados como tal, com um time B jogando boa parte das partidas e o A entrando em campo para jogos bem escolhidos, que mantenham os atletas em ação, com ritmo e desenvolvendo o trabalho coletivo.
Mas não é postando tuítes de torcedor com raiva da arbitragem que se planeja isso. Torçamos para que o investidor seja criativo, antes que em meio à celebração por uma vitória apareçam nas redes frases como "Respect is back".
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