Diego Maradona, a despedida do humano que também foi um Deus. Ou D10S

A bola viajou pelo ar por segundos a partir do tiro desferido pela canhota de Diego Armando Maradona. Subiu, começou a cair, até se chocar com o travessão de Zeoli. Aplausos dos que, como eu, estávamos no Maracanã cobrindo a competição, e dos torcedores que já haviam chegado ao estádio.
Era o jogo que abria a rodada dupla pela Copa América. Foi em 14 de 1989, na derrota da Argentina para o Uruguai por 2 a 0, peleja que antecedeu aos 3 a 0 do Brasil sobre o Paraguai. Ver, in loco, Maradona protagonizar um de seus lances geniais foi um presente para nós que lá estávamos.
Poucos dos que testemunharam o lance genial se recordam do placar do cotejo, mas lembram bem do que Diego fez naquele momento. Ele foi assim, capaz de executar o diferente, era íntimo do inesperado, do inusitado, do improviso cheio de talento. Um ser humano que veio à Terra para jogar futebol.
Mas não só para jogar futebol. Maradona nasceu para ir além da bola. Maradona era carisma, personalidade, contradição, emoção, liderança. Um Deus e ao mesmo tempo humano, como todas as fraquezas, idiossincrasias, defeitos e virtudes que cada um de nós pode ter.
D10S, como é chamado pelos seus súditos. Como é chamado por nós.