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Mauro Cezar Pereira

Do "melhor jogar mal e vencer" e "saber sofrer" a Inter 2 x 2 Flamengo

Eduardo Coudet, técnico do Inter, e Domenec Torrent, técnico do Flamengo: dividindo a liderança do Campeonato Brasileiro - Pedro H. Tesch/AGIF
Eduardo Coudet, técnico do Inter, e Domenec Torrent, técnico do Flamengo: dividindo a liderança do Campeonato Brasileiro Imagem: Pedro H. Tesch/AGIF

26/10/2020 04h00

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Não foram poucas as vezes nas quais ouvimos frases feitas, rasas, clichês repetidos exaustivamente na tentativa de justificar futebol mal jogado. Partiam tais discursos de técnicos sem repertório, jogadores com escassos recursos ou seduzidos pelo discurso ao redor.

E costumavam ser engrossados por parte da mídia, pela simpatia e amizade com tais personagens, ou por uma visão curta sobre o que é, ou pode ser, o futebol. Em alguns momentos os adeptos dessa seita pareciam crer que apresentar bom futebol aproxima da derrota e atuar mal é o que conduz às vitórias.

A chegada de alguns estrangeiros vem causando estragos. Quem vivia na zona de conforto, tentando justificar os próprios trabalhos fracos com as velhas "máximas" se vê em dificuldades, precisando ir além. Mas como fazer isso?

Se há algum tempo bastava dizer que "é melhor jogar mal e vencer" ou que "saber sofrer" é necessário, fundamental, essa conversinha já não cola mais. E mesmo com alguns reveses de treinadores "gringos", eles seguem à frente.

No campeonato brasileiro, Internacional, Flamengo e Atlético Mineiro ocupam as três primeiras posições e têm os três melhores ataques do certame. Seus treinadores, respectivamente Eduardo Coudet (argentino), Domènec Torrent (espanhol) e Jorge Sampaoli (argentino) são claramente mais capazes do que a maioria dos "professores" locais.

No duelo de domingo entre dois deles, colorados e rubro-negros fizeram um ótimo jogo. Fosse disputado por dois times de Premier League estaríamos satisfeitos com o que vimos quando do apito final. Times e treinadores mostraram, mais uma vez, que não precisamos nos contentar com tão pouco.

Certamente ainda há quem considere jogar mal mais eficiente do que atuar bem. Ou que sofrer é obrigatório, em função da própria covardia tática, com retrancas e zero ousadia ofensiva. Talvez os adeptos desse raciocínio rasteiro não tenham notado, mas o futebol está mudando e o mercado já se fecha para quem insiste em manter o futebol praticado no Brasil enfiado nas trevas.

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