Topo

Marcel Rizzo

Libertadores: fronteiras fechadas preocupam Conmebol para finalizar torneio

Colunista do UOL

04/04/2020 04h00

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

A convicção da direção da Conmebol de que a final em jogo único da Libertadores ocorrerá em 21 de novembro, no Maracanã, já não existe mais.

Há, como tudo que envolve o calendário do futebol em meio à pandemia do novo coronavírus, somente dúvidas e o retorno que a confederação sul-americana recebeu de representantes de governos consultados alarmou a cartolagem. Existe a percepção de que dificilmente o acesso das fronteiras entre os países será normalizado totalmente em 2020. E isso impediria que a Libertadores e a Sul-Americana pudessem ser finalizadas.

Nesta quinta (2), o governo federal decidiu estender por mais 30 dias o fechamento das fronteiras terrestres do Brasil com oito países: Argentina, Bolívia, Colômbia, Guiana Francesa, Guiana, Paraguai, Peru e Suriname. Os acessos para a Venezuela e para o Uruguai também já estão bloqueados. No dia 27 de março, o governo proibiu por 30 dias a entrada de estrangeiros por aeroportos e há restrição também em portos. Ou seja, hoje praticamente não se entra ou sai do Brasil.

Outros países estão adotando as mesmas medidas. Segundo relatos de membros da Conmebol, houve consulta a integrantes de governos sul-americanos que preveem que restrições nas fronteiras serão feitas, em maiores ou menores graus, durante todo o ano. Não se sabe, por exemplo, se em junho, data hoje que a confederação trabalha para voltar com a Libertadores, o acesso entre os países estaria totalmente liberado.

Esta é a principal preocupação hoje na entidade. A Libertadores foi suspensa, inicialmente, até a semana de 6 de maio, com três rodadas adiadas. Essa data de retorno, porém, já está defasada e um novo adiamento deve ser feito nas próximas semanas.

A ideia, então, seria voltar em junho, usando o espaço aberto no calendário pelos adiamentos dos jogos das Eliminatórias e da Copa América. O problema é que não se sabe se em junho ou até julho os países terão liberado totalmente as fronteiras. Sem acesso entre os países, não se disputa a Libertadores.

Alguns países, como Brasil e Equador, estão sofrendo com mais casos e mortos pela Covid-19. Há a Venezuela, que foi o primeiro país com a fronteira fechada pelo Brasil por questões sanitárias, já que havia o medo de que muitos venezuelanos cruzassem a fronteira com Roraima em busca de hospitais.

Hoje há um pessimismo na Conmebol com relação às continuidades da Libertadores e da Sul-Americana. Durante o Congresso realizado na quinta (2) por meio de videoconferência, o presidente, Alejandro Dominguez, disse que não há pressa em retomar os jogos. A entidade adiantou mais de 60% das cotas que deveriam ser pagas aos clubes durante as competições, mas não se sabe o que aconteceria caso os torneios fossem cancelados.