Juca Kfouri

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Reportagem

Mais um Choque-Rei enrascado do começo ao fim

O Morumbi se vestiu novamente das três cores sem deixar espaços para alguém duvidar da devoção da torcida são-paulina e teve de constatar que, mesmo em situações anormais de temperatura e pressão, a presença palmeirense precisa se respeitada, mas não temida.

O Choque-Rei tem sido o único clássico em que a vitória dos comandados por Abel Ferreira é posta em dúvida e o próprio treinador não esconde o incômodo.

No 346º embate, o empate continuou com 116 vitórias para cada lado e, agora, 114 empates.

Para se ter uma ideia, a vantagem do Palmeiras sobre o Corinthians é de cinco jogos e sobre o Santos de nada menos que 41 jogos.

Antes do décimo minuto do Choque-Rei já eram oito as faltas, o que dá a medida das diferenças com o futebol jogado na Premier League: no Derby de Manchester hoje houve apenas três faltas nos 35 minutos iniciais.

O Palmeiras foi mais agressivo desde o início e fez Rafael trabalhar duas, três vezes, enquanto Weverton via o jogo, fustigado apenas uma vez nos primeiros 20 minutos, quando por pouco Luciano não fez 1 a 0 em contra-ataque.

Mas o São Paulo não é pedra no sapato à toa.

Aos 25 minutos, numa lambança alviverde em saída de bola, Richard Rios acabou desarmado por Pablo Maia, o Tricolor quase desperdiçou a chance com Lucas, mas Alisson bateu colocado e Weverton aceitou, na primeira finalização contra sua meta: 1 a 0.

Abel Ferreira há ter pensado: "O que esse rival tem que entra treinador, sai treinador, me dá tanto trabalho e dissabores?".

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Fato é que depois do gol o Palmeiras deu bela desaparecida, capaz de criar só uma chance em cabeceio de Flaco López.

Já o São Paulo incomodava com Lucas Moura e Ferreirinha.

E assim acabou o primeiro tempo.

Nos bancos, de um lado, James Rodriguez, aguardado pela torcida são-paulina para ser aplaudido. Do outro, Caio Paulista, também aguardado, mas para ser vaiado.

Endrick havia sido sacrificado como ala e pouco fez no ataque.

Mayke e Lázaro vieram para o segundo tempo nos lugares de Marcos Rocha e Richard Rios.

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Era de se esperar Endrick mais participativo.

Logo aos 51 minutos, Endrick cabeceou para empatar e Zé Rafael pôs o pé na bola em impedimento. Que bobeada!

Aos 53, Rafael acertou o rosto de Murilo e o VAR chamou para o pênalti ser marcado. Não era um bom momento para o primeiro jogo do goleiro como convocado para a Seleção.

Defenderia para se redimir?

Thiago Carpini achou a marcação um absurdo, embora absurda fosse a opinião dele.

Raphael Veiga bateu e empatou 1 a 1.

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Diga-se que até então só tinha dado Palmeiras no Morumbi no segundo tempo.

Via-se um São Paulo intimidado contra um Palmeiras sedento.

Aos 67 o VAR chama para ver carga de Piquerez sobre Luciano.

O assoprador de apito saiu-se muito bem ao mandar o jogo seguir e manter a decisão de campo.

Rony em campo, no lugar de Flaco.

Erick e Michel Araújo também, nos lugares de Luciano e Igor Vinicius.

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James Rodriguez, aos 76, no lugar de Ferreirinha. Morumbi se anima.

Caio Paulista, cabeça erguida, nem aí para vaias, e Gabriel Menino, nos lugares de Aníbal Moreno e Raphael Veiga, dois minutos depois.

O Palmeiras seguia melhor diante de 55 mil tricolores.

De um lado, James tentou arrancada e foi desarmado.

Do outro, Endrick arrancou e conseguiu escanteio.

Aos 90, Alisson tirou tinta da trave ao receber do colombiano.

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E vieram dez minutos de acréscimos, quase um tempo de prorrogação.

Nos quais o São Paulo foi superior, não a ponto de vencer e, por isso, segue com sua classificação sob risco e para garanti-la sem depender de ninguém precisará vencer o desesperado Ituano, em Itu.

O Palmeiras também não garantiu o primeiro lugar para decidir em casa na final se lá chegar, embora dependa só de um empate, com o Botafogo de Ribeirão Preto, em Barueri, mando seu.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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