Os efeitos de um Dérbi enlouquecedor
Olhemos em perspectiva.
No sábado, o São Paulo perdia em casa, virou nos minutos finais, não merecia a vitória sobre o Bragantino e passou a merecê-la pelas circunstâncias, mas, no derradeiro segundo, sofreu o empate que era justo, porém não era.
No domingo, em casa, o Palmeiras vencia por 2 a 0 com todos os méritos, não ganhava por 4 a 0 porque desperdiçou chances imperdíveis e acabou sofrendo o empate de um Corinthians sem goleiro, sem centroavante, com nove jogadores contra 11.
O único time invicto no campeonato passou a ser alvo de críticas bizarras por parte de quem vive no futebol e até hoje é incapaz de entender que, se houvesse a lógica pretendida em certas análises, deixaria de ser a maior paixão popular da maioria da humanidade.
O gol salvo na linha fatal no último minuto teria apenas o efeito de realçar a loucura do Dérbi, sem alterar a realidade da preponderância de um rival sobre o outro.
Abel Ferreira respondeu muito bem à patética pergunta sobre se treinava situações de enfrentar um adversário sem o goleiro de ofício.
Respondeu, ironicamente, que nesta semana se preocupará em fazê-lo.
Redundante dizer que o empate soou como derrota alviverde e vitória alvinegra.
Que transformou outro Dérbi que se encaminhava para ser mais um e virou épico, histórico.
Mas que, diferentemente de tantos outros, não mudará nada na vida do "derrotado", embora tenha todos os ingredientes para reerguer o "vitorioso".
Os corintianos, com motivos, acordam hoje com o orgulho do "Aqui é Corinthians!".
Não pelo empate em si, pelas circunstâncias.
Os palmeirenses acordam chateados porque uma desenhada goleada se transformou em empate inesquecível.
E ponto. Ponto final.
Opinião
Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL
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