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Bahia deixa claro que futebol e política social sempre andam juntos

O Bahia lançou uma campanha incrível, inédita e revolucionária no combate à violência contra a mulher (estupro e qualquer tipo de assédio). E algo forte contra o machismo.

"O Esporte Clube Bahia levanta sua voz contra a cultura do estupro e convida o mundo do futebol a ingressar nesse debate. A culpa é sua, o corpo não", diz a nota do Bahia que foi divulgada nas redes sociais.

O Bahia é um ponto fora da curva há muito tempo, desde as campanhas antirracistas que sempre se colocaram com muita força e propriedade.

Ainda mais agora que o seu presidente, o ex-goleiro Emerson Ferretti (tomou posse em 1º de janeiro), é um dos poucos ex-atletas que não tiveram medo de se assumirem gays em uma sociedade machista, principalmente no meio do futebol

Emerson demonstra ter muita força e convicção incrível, como deve ser. As avaliações precisam ocorrer através das competências, e não devido ao gênero, cor da pele, classe social ou em qualquer diferença que entre nós.

O Bahia não se esconde em nenhuma luta contra qualquer tipo de preconceitos que existe dentro da nossa sociedade.

Hoje é um clube do Grupo City e aos poucos vai se estruturando e crescendo futebolisticamente dentro do cenário atual do futebol, mas fora dele a estrutura da visão social permanece firme e forte como sempre foi.

Parabéns ao presidente Emerson Ferretti e toda diretoria do Esporte Clube Bahia por entender que futebol e política social sempre estiveram juntas desde que o mundo é mundo.

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O futebol é o esporte mais popular no mundo e tudo o que faz alcança enorme proporção, tanto para o bem como para mal.

Ao mesmo tempo que dois ex-jogadores da seleção brasileira, com notoriedade mundial e que jogaram mais de uma Copa do Mundo, foram condenados e presos por estupro, o Bahia teve a linda sensibilidade de colocar em prática uma campanha muito forte e chocante, mas muito importante e necessária contra o estupro.

Robinho e Daniel Alves foram presos pelo crime de estupro e o futebol se calou. Porém, a posição do Bahia e a fala da presidente do Palmeiras, Leila Pereira — tirou a CBF da zona de conforto —, deixa todos os outros clubes em constrangimento por fingirem que nada está acontecendo.

É vergonhoso nenhum clube soltar pelo menos uma nota em repúdio à violência contra a mulher e contra o estupro.

Nada aconteceu. Mas não é à toa que os dois que se manifestaram fazem parte de uma minoria absoluta dentro dos dirigentes do futebol brasileiro.

Leila, como mulher, e Emerson, como um homem gay, não tiveram nenhum medo ao se colocarem com precisão. Os outros presidentes de clubes, no entanto, que são "homens héteros", não viram tanta importância assim para se colocarem.

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"E assim caminha a humanidade".

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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