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Beckenbauer era um gênio e um dos meus heróis do futebol

O Kaiser Franz Beckenbauer morreu aos 78 anos. Assim como o mestre Zagallo, foi campeão do mundo com a seleção alemã como jogador em 1974, na própria Alemanha, e como treinador em 1990, na Itália.

Os grandes gênios da bola estão partindo, pois esses caras fizeram tudo o que os grandes jogadores de hoje fazem. Beckenbauer foi um quarto-zagueiro/volante de muita classe, elegância, técnica e uma incrível visão de jogo. Para ele, o campo tinha o tamanho da "palma de sua mão", de tão fácil que era para ele ver tudo o que acontecia ao seu redor.

Junto com Carlos Alberto Torres, para mim foram os dois capitães campeões do mundo que mais uniam a liderança técnica, tática e de personalidade sem necessidade de gritaria. Ganhou tudo também com o seu Bayern de Munique, que foi a base da grande seleção que conseguiu vencer o revolucionário carrossel holandês. Comandou um time de grandes craques alemães que olhavam para ele em campo e já sabiam o que deviam fazer.

Eu vi muito o Beckenbauer jogar durante a Copa de 1974, mas a imagem que tenho do Kaiser é a da semifinal da copa de 70, quando jogou boa parte do jogo e toda a prorrogação contra a Itália com o seu braço imobilizado e mesmo assim desfilou toda a sua categoria nesse jogo.

A geração dos anos 50/60/70 foi a que ensinou a bola a fazer coisas geniais, diferentes, que a própria bola nem sabia que era capaz de realizar. Ele tinha um estilo de jogo considerado moderno hoje em dia, pois na mesma partida jogava como zagueiro, mas quando seu time estava com a bola virava um volante ofensivo e na pressão adversária se transformava num líbero, genial em todas essas situações.

Desde pequeno li que quando saía uma lista dos melhores da história, Franz Beckenbauer sempre estava entre os 10 maiores e continua até hoje fazendo parte dessa lista. Enfim, poderia escrever páginas e páginas mostrando toda a sua classe para se jogar futebol.

Fico triste com a sua morte, pois cresci com ele sendo um dos meus heróis do futebol. Foi ao encontro de outros tantos amigos e adversários geniais, mas será muito bem recebido pelo seu maior adversário, Johan Cruyff, tanto jogando Alemanha x Holanda como no confronto que dominou a Europa por mais de meia década: Bayern x Ajax.

Meus sentimentos para a sua família e para o futebol, que perdeu hoje um dos seus filhos mais queridos.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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