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Melo defende Maicon em polêmica de fair play: "vão acabar com o futebol"

Felipe Melo perseguiu William Potker de perto no Allianz - Marcello Zambrana/AGIF
Felipe Melo perseguiu William Potker de perto no Allianz Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

Danilo Lavieri

Do UOL, em São Paulo

23/04/2017 01h21

Felipe Melo foi o primeiro jogador de futebol a defender a posição de Maicon em relação à polêmica que do fair play praticado por Rodrigo Caio no clássico da semana passada com o Corinthians.

Em entrevista neste sábado após o jogo contra a Ponte Preta, o volante do Palmeiras contemporizou a frase do zagueiro são-paulino (prefiro que a mãe dos adversários chorem e não a minha) e não garantiu que teria a mesma atitude.

Durante a sua resposta, ele voltou a usar o termo "estão acabando com o futebol". O atleta gosta de usar a expressão para dizer que certas atitudes normais do esporte passaram a ser condenadas, mas que elas fazem parte do contexto. "Estão cheio de mimimi" é outra frase muito dita por Melo.

"Eu acho que cada um tem uma reação. Não é porque que fez que é bom ou mau caráter. Dentro de campo, é dessa maneira. No jogo do Real Madrid, não falaram que o Cristiano Ronaldo fez gol impedido e tinha que pegar a bola e falar: "Estou impedido, professor". É a adrenalina. Eu vi que o Maicon falou "chora a mãe dos outros". E vão falar que o Maicon é mau caráter por causa disso? Mas ninguém joga bola? Quando o pessoal está em uma peladinha, quer ganhar. Eu sou assim, de pelada, de jogar descalço. A bola batia na gente, mas falava que tinha batido no outro. E aí, como fica? Estão querendo acabar com o futebol", disse o jogador na zona mista.

"Não sei (se faria o mesmo que Rodrigo Caio). Isso é questão de momento. Se um cara pegar e dar um soco na cara do seu irmão? Vai fazer o que? De repente fico paralisado ou parto para cima dele", completou.

As respostas foram dadas logo após Felipe Melo citar a sua disputa particular com William Potker. O volante ficou responsável por parar o atacante e teve sucesso, embora algumas entradas tenham sido mais firmes. O volante, inclusive, ironizou um suposto pênalti não marcado a favor do Palmeiras.

"Não saiu faísca nenhuma lá. São dois jogadores que queriam ganhar o jogo e precisa ser dessa maneira. Estão falando do fair play e quero ver se vão falar amanhã que o jogador da Ponte precisava avisar que fez pênalti, se ia ser fair play. É mole pedir quando a bola bate em um ou outro e vai para fora", resumiu.

Durante a semana, Fernando Prass também falou do assunto Rodrigo Caio. Segundo ele, seria difícil repetir a mesma atitude.

"Ele fez o certo. Estamos com os conceitos um pouco destorcidos, e o futebol seria uma maneira de tentar combater isso. O normal, aqui, é sempre querer levar vantagem, passar o outro para trás. Isso é uma doença da sociedade, não não só do futebol", disse Prass.

Quando perguntado se teria a mesma atitude de Rodrigo Caio, Prass foi direto. "Dificilmente, dificilmente...".