Topo

Tales Torraga

REPORTAGEM

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Enfim descartado pelo Boca, goleiro Rossi está livre para acertar com o Fla

Agustin Rossi, goleiro do Boca Juniors, em ação durante jogo na Argentina - Rodrigo Valle/Getty Images
Agustin Rossi, goleiro do Boca Juniors, em ação durante jogo na Argentina Imagem: Rodrigo Valle/Getty Images

Colunista do UOL

09/08/2022 04h00

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Só resta definir o "como" e o "quando". Mas o goleiro Agustín Rossi já está fora do Boca Juniors. Foi o que apurou a coluna ontem (8) em Buenos Aires durante a apresentação do novo arqueiro xeneize.

E a contratação é pesada: ninguém menos que Sergio "Chiquito" Romero, de 35 anos, ex-Manchester United e goleiro da seleção argentina nas Copas do Mundo de 2010 e 2014.

Com a chegada de Romero, o Boca automaticamente descarta Rossi para a sequência da temporada. Assim que "Chiquito" tiver condições de jogo, ele será o titular, e o atual reserva, Javier García, manterá a condição de suplente.

A estreia de Romero está prevista para acontecer contra o Rosario Central do técnico Carlos Tevez, na Bombonera, na quarta-feira da semana que vem (dia 17).

agus - Divulgação/Boca Juniors - Divulgação/Boca Juniors
Agustín Rossi defende pênalti de Róger Guedes no 0 a 0 entre Corinthians e Boca Juniors, pela ida das oitavas da Libertadores
Imagem: Divulgação/Boca Juniors

E Rossi?

A coluna contou semana passada que Rossi e Boca estavam em aberta rota de colisão, mesmo com o ótimo goleiro de 26 anos sendo aclamado pela torcida como não ocorria desde os tempos de "Pato" Abbondanzieri (na década de 2000).

O contrato de Rossi com o Boca termina em junho do ano que vem, e suas negociações com o Conselho de Futebol, comandado por Juan Román Riquelme, terminaram em acusações e na decisão de afastar o goleiro que, numa pesada humilhação, deve ser ejetado do elenco aos poucos, fazendo suas duas últimas partidas pelo clube neste meio de semana (pela Copa Argentina, contra o Agropecuário) e no domingo, contra o Racing, em Avellaneda.

Romero não estrearia contra a "Academia" porque foi revelado pelo clube e usou suas instalações para manter a forma neste meio do ano.

Representante de Rossi, Miguel González fez pesadas críticas em entrevista à Rádio La Red na última semana, revelando que o salário de Rossi era de apenas R$ 60 mil por mês, valor muito fora do mercado de um arqueiro do seu nível.

"Me deu a impressão de que o Boca decidiu que Rossi não agarre mais. Me disseram que não o venderiam por menos de US$ 18 milhões, uma loucura", comentou.

"Nos deram a entender que se Rossi não assinasse, não jogava mais. O Boca não quer que Rossi assine. Dizerem que o que pedimos pode quebrar o clube é inacreditável. O clube segue sendo ingrato com ele. Cedemos muito, e encaramos a reunião como uma extorsão."

González citou também que a sua oferta era de US$ 7 milhões (cerca de R$ 37 milhões) líquidos até 2026 — o Boca espalhou a versão de que o valor seria de US$ 12 milhões.

"Nem quiseram olhar a contraproposta que levamos. Riquelme me disse: 'É isso ou saímos anunciando que não é mais goleiro do Boca'. Ponham as coisas sobre a mesa para ver quem mente. Tomara que estes caras não pensem em tirá-lo e o mantenham no time. É um assunto meu, não de Agustín. São totalmente ingratos."

Com tamanha confusão, o cenário para Rossi está claro. É do interesse do Boca lucrar com sua venda, e é aí que entra o Flamengo, que sondou os trabalhos do arqueiro em outro momento da temporada.

Outra maneira de negociar é pela "liberdade de ação", como chamam na Argentina a estratégia de o jogador acertar seus direitos por conta própria, o que ocorreria a partir de janeiro.

chi - Divulgação CABJ - Divulgação CABJ
Sergio Chiquito Romero é apresentado na Bombonera como novo goleiro do Boca
Imagem: Divulgação CABJ

Torcida revoltada

Um goleiro eficiente de 26 anos sacado do clube e trocado por um veterano de 35 que está parado desde março. O último clube de Romero foi o Veneza, sendo rebaixado à Segundona da Itália.

É esta a desconfiança que o Boca vai precisar reverter com a chegada de "Chiquito", em franco fim de carreira.

As redes sociais explodiram em Buenos Aires ontem à tarde detonando Riquelme pela maneira soberba e pouco flexível de negociar com os atletas. O zagueiro e capitão "Cáli" Izquierdoz foi praticamente expulso do Boca há duas semanas sem maiores ponderações. Ele agora está no Sporting Gijón, da Segunda Divisão da Espanha.

O próximo a sair, segundo a apuração da coluna, é o atacante Darío Benedetto.

Ele e Izquierdoz ameaçaram abandonar a concentração do Boca na véspera da decisão contra o Corinthians, protestando pela forma e data de pagamento das premiações.

Agora é a vez de o clube dar o troco —e o "toco"— nos rebeldes.