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Coluna do PVC

ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Abel Ferreira não entende o trabalho da imprensa e não entendeu onde estava

Colunista do UOL

29/05/2023 10h31

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O erro mais grosseiro de Abel Ferreira ao tomar o celular da mão do produtor da Rede Globo, Pedro Spinelli, é não compreender o papel do jornalista. "Tem coisas que a imprensa não tem de saber." Abel não percebe que informação certa é inegociável. Há duas semanas, o técnico ficou chateado ao ver vazada a escalação correta de Bruno Tabata para Palmeiras x Fortaleza. O site Nosso Palestra divulgou que Tabata seria titular. O treino havia terminado poucos minutos antes, enquanto os debates eram se o substituto de Artur seria Endrick ou López.

Se a imprensa não deveria saber, e soube, não há negociação. A informação estava certa. Tabata jogou como titular. Parabéns ao repórter.

Importante entender a origem do erro de Abel Ferreira no caso do Mineirão. O estádio de Belo Horizonte é diferente do Allianz Parque. Em São Paulo, a imprensa sai por uma porta independente, que dá acesso ao saguão dos jornalistas. Em Minas, o corredor de saída para os vestiários é comum aos jogadores, técnicos, árbitros e imprensa. Abel Ferreira julgou estar numa área restrita. Não estava.

O que aumenta o tamanho da agressão, ao tomar do jornalista seu objeto de trabalho, o telefone celular, em uma área de circulação mista.

O equívoco de localização explica, em parte, a grosseria. A frase sobre a imprensa mostra o absoluto desconhecimento sobre o trabalho dos jornalistas. O produtor Pedro Spinelli estava em seu local de trabalho. Não desrespeitou nenhum limite. O desrespeito foi exclusivamente de Abel Ferreira.