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Aston Martin lança carro com abordagem de que 'é possível bater a Red Bull'

A Aston Martin lança seu carro para a temporada 2024 da Fórmula 1 buscando a mesma receita do ano anterior, quando passou de equipe com potencial para uma sequência de pódios, tornando-se a sensação do início do campeonato. Mas ao mesmo tempo sabendo que, agora que está mais à frente, será difícil dar um salto tão grande.

"É o tipo de coisa que acontece uma vez na vida. Se tivéssemos melhorado tanto outra vez eu não estaria aqui dando entrevista, estaria tomando uma cerveja com o pessoal da equipe no bar!", brincou Fernando Alonso.

O time de Alonso e Lance Stroll usou o último terço do ano passado para fazer uma série de testes a fim de entender o caminho para mudar de maneira significativa o carro para este ano.

Os testes foram feitos em diferentes configurações de assoalho e difusor e geraram algumas corridas muito ruins para eles até que as coisas se encaixaram no Brasil e Alonso voltou ao pódio e a Aston pontuou com ambos os carros dali em diante, voltando a crescer.

Tanto, que o diretor técnico do time, Dan Fallows, disse que "a abordagem da equipe é de que é absolutamente possível bater a Red Bull" e lembrou que as diferenças no final do ano já estavam muito menores, o que vem junto da estabilidade das regras. "Agora trabalhamos mais nos detalhes do assoalho e dá para ganhar muito tempo nisso", completou o engenheiro, que vem da equipe de Milton Keynes.

O carro novo é uma "evolução forte", de acordo com Fallows. E realmente há vários pontos diferentes nas superfícies aerodinâmicas que conseguimos ver. A asa dianteira já muda a maneira como o fluxo de ar é trabalhado, as laterais estão mais altas, e a suspensão traseira, que a Aston compra da Mercedes, também mudou e permite um melhor fluxo de ar nessa parte tão importante do carro. Mas, como o diretor técnico apontou, uma área de grande ganho é a porção inferior do assoalho, que os times de F1 fazem de tudo para esconder.

Antes de chegar na Red Bull, Aston Martin tem briga apertada por pódios

Mas, antes de chegar na Red Bull, a questão inicial é onde o time estará em relação a um rival que evoluiu muito ao longo de 2023, a McLaren. Enquanto a Aston Martin já começou o ano com seis pódios em sequência, a McLaren chegou a amargar a lanterna, só começou a melhorar a partir da nona corrida, e terminou 22 pontos na frente.

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Essas duas equipes que usaram a dificuldade de times maiores para se adaptarem ao teto orçamentário que entrou em vigor na F1 em 2021 para contratar profissionais renomados e atualizar suas instalações na verdade vivem momentos um pouco distintos.

A Aston Martin ainda está em um período de transição para a nova fábrica. Para desenhar este carro e desenvolvê-lo, eles ainda utilizam o túnel de vento da Mercedes, como nos anos anteriores. A McLaren já está usando seu novo e avançado equipamento. A vantagem do lado da Aston é que isso dá uma estabilidade nos dados, mas é fato que o time de Lando Norris e Oscar Piastri terminou 2023 com vantagem em termos de desempenho.

É claro que a ambição da Aston e de Alonso não é por lutar apenas com a McLaren. Eles se colocaram várias vezes também no meio das Ferrari e Mercedes, no grupo que tenta diminuir a vantagem da Red Bull. E o espanhol de 42 anos segue em busca da vitória número 33 da carreira, mais de 10 anos depois de subir ao lugar mais alto do pódio pela última vez, quando ainda corria pela Ferrari.

Aston Martin espera pontuar em todas as provas com o carro de 2024
Aston Martin espera pontuar em todas as provas com o carro de 2024 Imagem: Divulgação/Aston Martin

Stroll revela cuidado nos treinos um ano após lesão

A Aston Martin também busca uma preparação menos tumultuada do que a do ano passado, quando Lance Stroll sofreu um acidente de bicicleta e lesionou os punhos, perdendo a pré-temporada. O canadense brincou que está proibido de sair de seu quarto e fica cercado de travesseiros para evitar uma nova lesão, mas reconheceu que tem tomado mais cuidado. "Eu estou correndo ao invés de andar de bicicleta, e fico prestando atenção para não torcer o tornozelo ou algo do tipo. Meu plano é estar na pré-temporada."

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Ano passado, quem substituiu o canadense foi o brasileiro Felipe Drugovich, que parte para seu segundo ano como piloto reserva da Aston Martin.

"Ele esteve aqui na fábrica, semana passada, no simulador, e a contribuição dele é valiosa", disse o chefe da equipe, Mike Krack, ao UOL Esporte. "Além disso, ele será um de nossos pilotos reservas, especialmente no começo do ano. Ele estará em várias corridas nos apoiando com suas observações, o que ele aprendeu no simulador, e acho que só temos a ganhar com a contribuição dele."

A Aston Martin já colocou o carro na pista nesta segunda-feira, apenas por algumas voltas e sem os pneus de competição, seguindo o regulamento. Alonso e Stroll terão um dia a meio cada na pista nos testes coletivos de pré-temporada, antes da primeira corrida do ano, dia 2 de março, no Bahrein.

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