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Perez fecha testes na frente, Drugovich faz GP e Ferrari sofre com pneus

Sergio Perez, da Red Bull, durante o terceiro e último dia de testes da pré-temporada da F1 - Clive Mason/Getty Images
Sergio Perez, da Red Bull, durante o terceiro e último dia de testes da pré-temporada da F1 Imagem: Clive Mason/Getty Images

Colunista do UOL

25/02/2023 13h40

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Sergio Perez, da Red Bull, liderou o último dia de testes da pré-temporada da Fórmula 1, no Bahrein. Lewis Hamilton foi o segundo com a Mercedes e Valtteri Bottas fez o terceiro tempo com a Alfa Romeo.

Todos eles fizeram simulações de classificação, embora não se saiba o nível exato de combustível e se eles usaram toda a potência do motor. Hamilton e Bottas usaram o pneu C5, que é o mais macio disponível. Em teoria, esse pneu ofereceria mais aderência e seria mais rápido para uma volta. Mas, como o circuito do Bahrein tem asfalto muito abrasivo, o inglês teve dificuldades de melhorar o último setor em suas duas tentativas, indicando que o C5 era macio demais para a Mercedes nessa pista. Bottas usou o mesmo composto, mas seu companheiro Guanyu Zhou já tinha mostrado na sexta-feira que a Alfa Romeo consegue extrair o melhor da aderência sem superaquecer este pneu mesmo na pista barenita.

O tempo de Perez foi com o C4, aparentemente mais adequado que o C5. No entanto, durante o GP de abertura da temporada, na mesma pista, serão usados C1, C2 e C3, ou seja, todos eles compostos mais duros.

O último dia de testes foi marcado também por várias simulações de corrida, inclusive do brasileiro Felipe Drugovich, que voltou ao cockpit da Aston Martin no período da manhã. Ele deu mais um passo na preparação para substituir Lance Stroll na primeira corrida do ano caso o canadense não se recupere a tempo do GP do Bahrein. Ele fechou o dia em 10º, com uma volta com o pneu mais macio, o C5, e com pouco combustível. O tempo de volta não é comparável, contudo, com os pilotos que fizeram esse tipo de simulação de classificação no início da noite, com a pista muito mais fria a veloz.

Ensaio de corrida acende sinal de alerta na Ferrari

A simulação de corrida que mais chamou a atenção, e não pelos melhores motivos, foi a da Ferrari. Com compostos de pneu mais duros, eles andaram de maneira parecida com a Red Bull. Mas assim que colocaram os pneus que serão os médios no próximo final de semana no GP, o consumo foi bastante acelerado.

É claro que isso não é nenhum sinal definitivo. A Ferrari experimentou diferentes configurações de asa traseira no último dia de testes, e isso é algo que afeta muito o equilíbrio do carro e, consequentemente, o desgaste de pneus.

Por outro lado, a simulação da Mercedes não foi ruim com pneus médios. De fato, o desempenho em si do carro tem agradado o time de Brackley, mas o teste também teve seus sustos. A equipe está atenta a qualquer sinal de falta de consistência depois de ter sofrido com as mudanças de comportamento do carro ano passado, e por isso busca entender a fundo o que aconteceu, especialmente com o eixo dianteiro, na sexta-feira. Os pilotos reclamaram da maneira como o carro se movia e sentiram muito desgaste de pneus. A consistência voltou no sábado, assim como um ritmo mais próximo de Ferrari e Red Bull, mas é preciso entender as nuances de um teste que não foi 100% perfeito.

Quem chegou mais perto da perfeição foi a Red Bull. Ao contrário de Ferrari e Mercedes, em nenhum momento os campeões mundiais aparentaram estar em dificuldades na pista. Ou pelo menos nas mãos de Max Verstappen. Isso porque, assim como na primeira vez que andou com o RB19, na sexta-feira, Sergio Perez não pareceu tão à vontade ao volante quando o companheiro. De fato, à medida que o desenvolvimento do projeto foi corrigindo a tendência de saída de frente que havia na primeira parte do ano passado, Verstappen foi conseguindo extrair mais do carro que Perez.

Peça simples faz McLaren perder tempo

O último dia da pré-temporada foi de mais problemas para a McLaren. O novo chefe da equipe, Andrea Stella, admitiu ainda no lançamento do carro estar descontente com o equipamento com que o time vai começar o campeonato. Mas o italiano não poderia prever que uma peça simples, a aleta que cobre os pneus dianteiros, obrigasse o carro a ficar tanto tempo nos boxes ao longo do teste.

A equipe sabe qual o problema da peça e terá uma nova para a primeira corrida do ano, mas não dá para recuperar o tempo perdido. Neste sábado, Oscar Piastri deu 44 voltas e Lando Norris, apenas 37.

A Alfa Romeo foi outra equipe que teve problemas, no caso deles mecânicos. O carro de Valtteri Bottas chegou a parar na pista e causar uma bandeira vermelha, mas o finlandês voltou ao teste e passou tranquilamente das 100 voltas completadas.

Confira a classificação do terceiro dia de testes da pré-temporada da Fórmula 1

1. Sergio Perez (Red Bull) 1m30.305s, C4, 133 voltas
2. Lewis Hamilton (Mercedes) 1m30.664s, C5, 65 voltas
3. Valtteri Bottas (Alfa Romeo) 1m30.827s, C5, 131 voltas
4. Charles Leclerc (Ferrari) 1m31.024s, C4, 67 voltas
5. Carlos Sainz (Ferrari) 1m31.036s, C4, 76 voltas
6. Yuki Tsunoda (AlphaTauri) 1m31.261s, C4, 79 voltas
7. Kevin Magnussen (Haas) 1m31.381s, C4, 95 voltas
8. George Russell (Mercedes) 1m31.442s, C5, 83 voltas
9. Fernando Alonso (Aston Martin) 1m31.450s, C4, 80 voltas
10. Felipe Drugovich (Aston Martin) 1m32.075s, C5, 77 voltas
11. Lando Norris (McLaren) 1m32.160s, C3, 37 voltas
12. Pierre Gasly (Alpine) 1m32.762s, C3, 56 voltas
13. Alex Albon (Williams) 1m32.793s, C5, 136 voltas
14. Esteban Ocon (Alpine) 1m33.357s, C3, 76 voltas
15. Nico Hulkenberg (Haas) 1m33.329s, C3, 77 voltas
16. Oscar Piastri (McLaren) 1m33.655s, C3, 44 voltas
17. Nyck De Vries (AlphaTauri) 1m38.244s, C3, 87 voltas