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Pole Position

Alonso disputa 500 Milhas sabendo que só voltará depois de passagem pela F1

Colunista do UOL

21/08/2020 04h00

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Fernando Alonso se prepara para disputar, pela segunda vez, as 500 Milhas de Indianápolis, neste domingo, a partir das 14h. E vai largar da 26ª colocação e sem ter aparecido entre os favoritos em nenhum momento durante os treinos, sabendo que vai demorar pelo menos mais dois anos para ter outra chance de tentar vencer a última corrida que falta para conquistar a Tríplice Coroa do Automobilismo.

Isso porque seu chefe na Renault a partir do ano que vem, quando voltará à Fórmula 1, Cyril Abiteboul, já deixou claro que não quer "distrações" como as 500 Milhas no retorno do espanhol ao time com o qual foi bicampeão em 2005 e 2006. Na verdade, o francês nem gosta muito da ideia de ver Alonso correr neste ano mas, contratualmente, não tinha muito o que fazer, já que o espanhol tinha se comprometido anteriormente. "Estou quase sem respirar até o momento em que acabar aquela corrida e ele sair de Indianápolis", disse Abiteboul na semana passada.

Não deve ter ajudado em nada na apreensão do chefe a batida de Alonso nos treinos, mesmo que o espanhol tenha saído inteiro do impacto na curva 4 e tenha participado normalmente das sessões seguintes.

Sabendo que só deve voltar a Indianápolis em 2023, quando terá 41 anos, Alonso prefere focar em curtir o momento. "Eu sei que será impossível vir nos dois próximos anos. Eu teria que perder a classificação se quisesse [fazer os dois], lembrou o espanhol, uma vez que as datas do GP de Mônaco e da Indy 500 não vão coincidir, mas a classificação na competição norte-americana acontece uma semana antes. "Então sei que, pelo menos por dois anos, não vou voltar. Pelo menos é como as coisas estão no momento. Estou aqui pronto para curtir o evento e dar meu melhor e ajudar a equipe da melhor forma que puder. E veremos o que acontece no futuro em termos de possibilidade se, eventualmente vencermos a corrida um dia, talvez isso abra a possibilidade de outras coisas."

O que significa ganhar a Tríplice Coroa?

Não é um título que, de fato, existe. Mas há décadas vencer o GP de Mônaco de Fórmula 1, as 500 Milhas de Indianápolis e as 24 Horas de Le Mans entrou para o imaginário dos pilotos como o maior desafio do automobilismo, já que são provas muito tradicionais mas, principalmente, que premiam qualidades distintas. Mônaco é uma pista sinuosa, Indianápolis, um oval traiçoeiro. E a prova de Le Mans testa a resistência. Até hoje, apenas Graham Hill conseguiu o feito, em 1972, e são só 19 os pilotos que competiram nestas três provas.

Alonso venceu o GP de Mônaco em 2006 e 2007, e Le Mans em 2018 e 2019. Sua primeira tentativa de vencer as 500 Milhas foi em 2017, e ele tinha chances até ter uma quebra de motor nas voltas finais.

Alonso voltaria ano passado, mas acabou nem se classificando, em uma entrada única da equipe McLaren, usando um carro da Andretti. Seria o ensaio para o time ter sua própria equipe no campeonato da Indy, o Arrow McLaren, e prover um terceiro carro para Alonso fazer apenas as 500 Milhas. Seus companheiros estão largando em 15º (Pato O'Ward) e 21º (Oliver Askew).

Como disse Alonso após a classificação, há alguns "nomes interessantes" ao seu redor no grid. O vencedor do ano passado, Simon Pagenaud, sai em 27º, Will Power, que também já venceu por lá, sai em 22º. E o brasileiro Helio Castroneves, que venceu em Indinápolis em três oportunidades, larga em 28º.

O que está pesando contra estes pilotos é o motor Chevrolet, uma vez que, dos 12 primeiros do grid, 11 têm motor Honda. O pole position é Marco Andretti.