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Bastidores da F1: Bronca de Hamilton, rixa com Andretti e Senna na Ferrari

Charles Leclerc finalmente venceu em Mônaco, em um fim de semana bem mais calmo do que ano passado para ele, segundo o chefe Fred Vasseur. Em meio a muitas histórias sobre o mercado de pilotos, com Carlos Sainz dando a impressão de que está fora da conversa com grandes times, os bastidores deram muito o que falar.

Clima entre Hamilton e Mercedes começa a azedar

Nenhum piloto gosta de ficar atrás de seu companheiro em Mônaco na classificação, porque eles sabem que podem fazer mais diferença do que em outras provas. E sabem também o quão difícil é ultrapassar. Ainda mais se você vinha tendo um fim de semana mais forte que o outro lado da garagem nos treinos livres. E anda desconfiado em relação ao equipamento que vem recebendo.

É o caso de Lewis Hamilton, que deu a entender em mais de uma entrevista depois da classificação que "de alguma maneira" seu carro é configurado de forma diferente na definição do grid, fazendo com ele que perca "uns dois décimos". Ele disse inclusive não esperar ficar à frente do companheiro George Russell em classificações por todo o ano. Nas oito corridas disputadas até aqui, isso só aconteceu em uma oportunidade.

Perguntei também a Hamilton sobre a estranha declaração de Toto Wolff na sexta-feira, dizendo que a equipe teria de mudar a configuração do carro porque ele estava muito bom em classificação e acabava com os pneus na corrida. "Isso não faz sentido nenhum, não aqui", disse Hamilton, em tom de reprovação.

O clima tem piorado juntamente com a própria situação da equipe, ainda sem encontrar respostas concretas enquanto McLaren e Ferrari - destino de Hamilton ano que vem - evoluem a olhos vistos.

O chefe de Hamilton, Toto Wolff, disse depois da corrida que a equipe está "fazendo o melhor para dar a ambos os pilotos o melhor carro" e não quis entrar em polêmicas sobre possíveis diferenças.

Um visita inédita dos Senna a Maranello

Em meio a tantas homenagens a Ayrton Senna, a família do piloto brasileiro recebeu um convite inédito: visitar a fábrica da Ferrari em Maranello, algo que o tricampeão acabou nunca fazendo, mesmo tendo sido por várias vezes ligado a uma transferência ao time italiano.

O convite veio da assessora de imprensa Silvia Hoffer, após um contato que foi iniciado pela visita de Charles Leclerc ao Instituto Ayrton Senna ano passado. O monegasco é um grande fã de Senna.

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A viagem aconteceu entre os GPs da Emilia Romagna e de Mônaco, onde o piloto recebeu uma enorme homenagem da McLaren, vestida com as cores do Brasil das sapatilhas à garagem, durante todo o final de semana.

É de se entender porque eles prefeririam não dar muita publicidade ao passeio em Maranello, mas também estive por lá e ouvi muitos comentários bastante positivos e emocionados de gente que tinha encontrado as sobrinhas de Ayrton, Lalalli e Bianca Senna.

"Foi super bonito, porque as pessoas reconheciam a gente na fábrica, pediam para tirar foto. Tinha um mecânico que estava lá há mais de 30 anos e tinha uma foto junto com o Ayrton, alguns choraram, foi muito emocionante", contou Lalalli à coluna.

Na visita, eles também passaram pelo restaurante Montana, que fica ao lado da pista de Fiorano e que é recheado de lembranças da F1. Mas não havia nada de Senna por lá. Ou pelo menos até os dias anteriores ao GP da Emilia Romagna, já que Sebastian Vettel passou pelo restaurante (que frequentava na época em que era piloto Ferrari) e deixou uma camiseta da sua homenagem ao Senna por lá, assinada.

No final das contas, essa não era o único item. "A família que cuida do restaurante foi buscar um quadro do Ayrton, disseram que era o único quadro que eles mantinham no escritório deles, e não exposto. O quadro não estava assinado porque o Ayrton acabou nunca indo lá. Eles disseram 'o Ayrton vinha para cá em 95, a gente tinha certeza, queríamos muito ter algo dele aqui com a gente com assinatura, somos muito fãs'. E aí a gente assinou o quadro para eles."

Essa foi uma história que eu também ouvi muito em Maranello. "Ele viria em 95, com certeza." Lalalli era bastante jovem quando o tio faleceu, mas sempre ouviu histórias semelhantes na família. "Ele sempre foi muito fã da Ferrari, tinha esse sonho de pilotar por eles e também sei que ele estava buscando uma oportunidade por lá, então poderia ter acontecido mesmo."

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Foi como um fechamento para a família, fazendo a visita que Ayrton nunca fez em vida.

Rixa com Andretti virou pessoal?

Surpreendeu uma declaração de Mario Andretti à TV americana NBC, dizendo que o CEO da Liberty Media, Greg Maffei, lhe disse que vai fazer "tudo o que estiver no [seu] poder para que Michael nunca entre na F1", referindo-se ao filho do ex-campeão da F1, que está à frente do projeto da equipe que leva o sobrenome deles.

Essa posição de Maffei seria recente, sem relação com a negativa oficial à inscrição da equipe dada pela Liberty no começo do ano. A empresa que detém os direitos comerciais da F1, inclusive, esclareceu que, na mesma conversa, Maffei teria discutido os motivos comerciais que levaram à negativa, apoiada pela maioria das equipes de F1. Essa é a versão oficial. Na verdade, Maffei estaria bastante descontente com o fato do caso ter sido levado ao congresso norte-americano. No entanto, Michael disse anteriormente quando perguntado sobre o assunto que o caso chamou a atenção dos congressistas sem que ele tentasse qualquer intervenção.

Sem dúvidas, é uma história que ainda dará muito o que falar, até porque a Andretti está investindo em uma fábrica específica para a F1 na Inglaterra, e inclusive contratou recentemente o chefe técnico da própria Liberty na categoria.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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