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Volta de Petrovic é passo atrás no basquete e reforça CBB perdida

Menos de 24 horas depois de anunciar a demissão de Gustavo de Conti, a Confederação Brasileira de Basquete (CBB) confirmou o que já circulava como boato desde ontem (17): que o croata Aleksandar Petrovic é de novo o técnico da seleção brasileira masculina de basquete.

Não faz nem três anos, Petrovic deixou este mesmo cargo por não ter entregue o que se esperava dele: uma vaga na Olimpíada. Agora, é contrado para conquistar uma vaga na Olimpíada pelo mesmíssimo caminho.

E não é só uma questão de desempenho, que também não foi ótimo com Gustavinho. Petrovic deixou o cargo depois de terceirizar a culpa pelo fracasso no Pré-Olímpico. Postou no X (então Twitter) que havia chegado à conclusão que o resultado derivava da falta de um chutador, citando Didi Louzada, de um jogador que pudesse "continuamente romper", citando Raulzinho e um "(jogador da posição) 3 alto".

Didi, Raulzinho, Marquinhos e Gui Santos (ambos jogadores da posição 3 e altos) pediram dispensa de jogar a competição.

A declaração pegou mal à época, e não foi esquecida. Até porque o tempo mostrou que os três mais jovens tinham seus motivos para pedirem dispensa. Quando topou voltar à seleção, Raulzinho lesionou gravemente o joelho no Mundial e perdeu a temporada inteira de clubes. Agora, que ânimo terá para tentar se recuperar a tempo do Pré-Olímpico, para reencontra Petrovic?

O Pré-Olímpico começa na primeira semana de julho, e o Brasil vai ter que recomeçar quase do zero. O treinador não mora no Brasil, e naturalmente não acompanhou de perto a temporada dos jogadores brasileiros. A comissão que vinha fazendo isso se desfez.

Além de Gustavinho, treinador, também não ficam o diretor Diego Jeleilate e o assistente técnico Vitor Galvani — os dois primeiros romperam com a CBB depois de se recusarem a demitir Galvani, que no entender da diretoria da CBB havia feito trabalho ruim no sub-19, 11º colocado no Mundial da categoria.

Helinho (técnico do Sesi) e Demétrius (do Paulistano) seguem na comissão e terão a companhia de Tiago Splitter, que trabalha no Houston Rockets, da NBA, e Bruno Savignani, técnico no Bétis, na segunda divisão da Espanha.

Petrovic volta em um momento em que Marcelo 'Pará', espécie de CEO da CBB, tem encaminhada sua eleição para ser o próximo presidente da entidade. Foi o croata quem, em 2021, chamou para seleção o filho de Pará, Dimitri, que então jogava na terceira divisão da Itália e hoje está na segunda do Brasil. Uma convocação que, esportivamente, jamais se justificou minimamente.

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Com a caneta já na mão, Pará traz Petrovic de volta e reforça quão perdida está a CBB, que, liderada por ele, rompeu com quase todo mundo que fazia algum bem ao basque brasileiro.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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