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Boxe brasileiro sonha com seis vagas olímpicas pelo Pan

O boxe brasileiro quer voltar do Pan de Santiago trazendo cinco ou seis passaportes olímpicos carimbados na bagagem. Se conseguir mais, ainda melhor. O primeiro passo foi dado hoje (18) e dependia da sorte, que veio. Em um sorteio sem cabeças de chave, só quatro dos 15 brasileiros caíram do mesmo lado da chave que uma das potências: EUA e Canadá no feminino, EUA e Cuba no masculino.

Com o torneio olímpico de boxe não mais organizado por uma federação internacional, mas pelo próprio COI, a modalidade não tem um ranking mundial para nortear os sorteios dos Pré-Olímpicos. E o Pan é um deles, valendo vaga em Paris para ouro e prata de todas as categorias, e para as medalhistas de bronze das categorias até 57kg e até 60kg femininas.

Tanto existia o risco de os brasileiros já estrearem contra norte-americanos, por exemplo, quanto de terem caminho livre até a final. E a segunda opção prevaleceu. No masculino, quatro dos brasileiros não terão nem rivais de Cuba nem dos EUA antes da decisão.

"A gente tem alguns prognósticos. Quatro classificações seria ruim, um aceitável ruim. Menos que isso é uma tragédia. Ideal seriam cinco ou seis. Mais de seis seria excelente. A gente trabalha muito com a comparação com o Pan de 2019. Se repetir, teremos seis vagas", diz Leonardo Macedo, um dos técnicos da seleção.

O Pan não é o único caminho até Paris, mas é o mais seguro. Depois, serão realizados dois Pré-Olímpicos Mundiais no ano que vem, mas pela falta de um ranking, as competições são abertas. A tendência é de chaves com muitos atletas para poucas vagas.

Em Santiago, guardadas as devidas proporções, já é assim. Todos os países puderam inscrever quantos atletas quisessem, com limite de um por categoria. O que deveria ser uma competição com oito atletas por chave se tornou uma com até 18 por categoria. O Brasil aproveitou e levou equipe completa: seis homens, e sete mulheres.

Com isso, o boxe tem mais atletas do que a sua cota para a Vila Pan-Americana, e por isso todo mundo está em um mesmo hotel fora da Vila. "É como se fosse um Campeonato Mundial, até o congresso técnico é dentro do hotel", explica Macedo. Foi nesse evento, hoje, que foi realizado o sorteio, e definida a ordem das lutas.

Na base da sorte

Keno Machado (até 92kg), por exemplo, escapou do tricampeão olímpico Julio Cesar La Cruz, cubano, que ficou do outro lado da chave. Wanderson Oliveira (71kg), bronze no Mundial deste ano, estreia contra um equatoriano que foi até as oitavas de final daquela competição, mas não pega, antes da final, nenhum rival de renome.

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Medalhista olímpico, Abner Teixeira (+92kg) estreia contra um mexicano, e deve ter pela frente, valendo vaga na final, o colombiano Salcedo, que foi prata no Pan passado.

Outros três brasileiros caíram no mesmo lado da chave de campeões mundiais. É o caso de Wanderley Pereira (80kg), prata no Mundial, que pode ter pela frente o norte-americano Robby Gonzalez já na segunda rodada, Yuri Falcão (63,5kg), que deverá ter que encarar o cubano Lázaro Alves, tricampeão mundial, se quiser chegar à final.

Já Luiz Gabriel de Oliveira (57kg), o Bolinha, está no mesmo lado da chave do norte-americano Jahmal Harvey, campeão mundial em 2021. Ele será o primeiro brasileiro a estrear no Pan. Luta amanhã cedo, contra Victor Tremblay, do Canadá.

No feminino, só Beatriz Ferreira caiu do lado de uma norte-americana, mas o confronto seria na semifinal e a categoria classifica quatro. Além disso, a brasileira é favorita. Também forte candidata ao ouro, Jucielen Romeu estreia contra uma argentina. Ela só precisa chegar até a semifinal para ir a Paris.

Reportagem

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