Palmeiras inova na luta antirracista
"Quem controla o passado, controla o futuro. Quem controla o presente, controla o passado", escreveu George Orwell há mais de 50 anos. Em tese, o autor britânico estava se referindo a regimes totalitários, mas hoje sabemos que não é bem assim que a banda toca: O apagamento de algumas ancestralidades é tecnologia colonial amplamente usada por países considerados democráticos, incluindo o Brasil.
No Brasil, a população escravizada sequestrada de África por quase 400 anos teve seu passado propositalmente destruído. Mudavam-se os nomes assim que as embarcações aportavam e, mais tarde, seriam destruídos os registros de chegada numa ação de múltiplas violências comandada pela oligarquia nacional.
Hoje, através de exames de DNA, é possível buscar pela ancestralidade e o Palmeiras promoveu uma ação com seus jogadores para que eles soubessem de forma mais precisa de onde vieram seus antepassados.
A luta antirracista não é feita com hashtags, cartazes e notas de repúdio escritas pelo jurídico e pelo departamento de marketing. Essa é a luta para inglês ver: superficial, inócua e marqueteira.
A luta é lutada de forma mais eficaz com o resgate de raízes, do orgulho e da ancestralidade.
Muito bacana a iniciativa do Palmeiras. Que outras ações visando a construção de memória e de potência sejam executadas em todos os níveis, contra todos os preconceitos.
As raízes de nossos craques! ✊🏿✊🏾
-- SE Palmeiras (@Palmeiras) April 4, 2024
Promovemos testes de ancestralidade com alguns de nossos atletas negros, que puderam descobrir de quais regiões da África vieram os seus antepassados! Assista completo na TV Palmeiras/FAM! 🎥 ➤ https://t.co/USgu2W2J9n#AvantiPalestra pic.twitter.com/RUEgqnDS6X
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