A imagem mais violenta de uma rodada caótica
Num mundo que a cada dia mais naturaliza as imagens reais de pessoas morrendo ou ficando gravemente feridas seria preciso darmos um passo atrás para entendermos toda a violência que o vídeo abaixo carrega.
Uma criança de no máximo 10 anos cujo pecado foi torcer para um time que não era o mesmo dos marmanjos que a agridem, diminuem, oprimem, reprimem.
Palavras importam. Palavras violentas arremessadas contra crianças importam mais. Essa menina foi agredida por dezenas de pessoas na arquibancada e silenciada pelo irmão. Claro, ele também uma criança preocupada com o que poderia acontecer com a irmã. Mas, ainda assim, nessa noite a menina foi apresentada a múltiplas formas de violência.
No começo do vídeo, ela bate no peito como que diz "essa sou eu e não tem nada de errado com isso". Mas os machões seguem na toada da agressão e aumentam o volume contra a menina que, então, humilhada, aquieta-se.
Ela jamais vai esquecer o que passou. Pode seguir amando o Corinthians? Pode. Mas é provável que ela desista de gostar do time e do jogo como um todo.
Num mesmo evento ela foi violentamente informada que torcia para o time errado, que era uma pessoa errada e que, quando agredida, deve silenciar.
A polícia tirou a menina e sua família de lá quando deveria ter tirado todos os agressores, um a um, e deixado a menina ali.
E essa foi a última lição da noite para ela: quando vítima de violência, quem pagará é você.
Tudo lamentável no vídeo abaixo.
O Botafogo deveria se pronunciar e punir com rigor seus covardes torcedores. Em seguida, convidar a menina para voltar a ver um jogo no estádio. Fará isso? Duvido.
ABSURDO!
-- Vessoni (@Vessoni) February 15, 2024
Família corinthiana comemorou o primeiro gol e foi hostilizada por torcedores do Botafogo-SP. A criança se desesperou e chorou... revoltante!!
Parabéns à diretoria do Corinthians, que mandou os seguranças do clube ir até lá e chamou a família para assistir o jogo do? pic.twitter.com/0oI5yVnP11
Opinião
Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.
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