Julio Gomes

Julio Gomes

Siga nas redes
Só para assinantesAssine UOL
OpiniãoEsporte

Primeira lista de Dorival mostra que não tem mágica e caminho será longo

Dorival Júnior convocou a seleção brasileira pela primeira vez nesta sexta. Os jogos serão amistosos contra Inglaterra e Espanha, no final do mês de março. As novidades da lista são muitas. Três são-paulinos que trabalharam com Dorival - Rafael no gol, Pablo Maia, no meio, e Beraldo, zagueiro agora do PSG. E chamou a atenção o meio de campo recheado de rapazes que atuam na Inglaterra, ou seja, jogadores acostumados com a intensidade.

São sete jogadores que atuam no futebol brasileiro, dois deles, goleiros. Ou seja, é o que tem, é o que dá. Ficaram de fora Raphael Veiga e Pedro, que muitos imaginavam que estariam.

O fato é que vamos ouvindo os nomes e ninguém fica emocionado. A qualidade está ali, mas há pouca experiência. Há jogadores que são protagonistas em seus clubes, mas não de forma constante, semana após semana (exceto, claro, Vinícius Jr). A chave vai ser encontrar a química, o que é sempre muito difícil no cenário da seleção, com poucos dias de trabalho.

Entre os goleiros, tudo normal. Ederson será titular na Europa, Alisson está machucado, então não saberemos qual será a opção de Dorival, entre os dois goleiros principais do país. Rafael será falado porque é uma novidade, mas não tem maior transcendência.

As laterais são o grande problema da seleção há algum tempo, faltam jogadores de relevância. Por isso defendo, há mais de dois anos, que a seleção brasileira atue com três zagueiros e varie em função disso. Há bons zagueiros, bons meio-campistas, boas opções ofensivas para jogar pelos lados, mas laterais irrelevantes. É um ponto fraco.

Danilo está de volta para trazer experiência - tem jogado como zagueiro na Juventus. Yan Couto foi bem com Diniz contra Venezuela e Uruguai, mas depois disso já foi destruído por Vini Jr em um duelo entre Real e Girona. É um lateral-atacante, de pouco porte defensivo. Na esquerda, outro lateral de mesmas características, Ayrton Lucas, e uma das novidades, Wendell, do Porto. Nenhum dos dois é titular absoluto em seus clubes. Ayrton Lucas esquentará mais banco do que jogará no Flamengo de Tite, que tem Viña. E Wendell disputa posição com Zaidu, nigeriano.

Gosto da presença de Murilo na zaga, uma convocação justa pelo desempenho. No meio de campo, há um festival de jovens da Premier League, todos convocados com justiça: Andreas Pereira (Fulham), Bruno Guimarães (Newcastle), Douglas Luiz (Aston Villa), João Gomes (Wolverhampton) e Lucas Paquetá (West Ham). Paquetá é o mais experiente, assim como Casemiro. Quem desta turma dará o salto à frente? Bruno Guimarães não o fez na "era Diniz".

Por fim, no ataque a novidade é Savinho, do Girona. Endrick vai se consolidando, o mau resultado no Pré-Olímpico não poderia ser determinante, como não foi. De resto, mais do mesmo. É uma questão, de novo, de quem vai conseguir dar o passo à frente para que não fiquemos falando de Neymar.

GOLEIROS - Bento, Ederson, Rafael

Continua após a publicidade

ZAGUEIROS - Beraldo, Gabriel Magalhães, Marquinhos, Murilo (Palmeiras)

LATERAIS - Danilo, Yan Couto, Ayrton Lucas, Wendell (Porto)

MEIO CAMPISTAS - André, Andreas Pereira (Fulham), Bruno Guimarães, Casemiro, Douglas Luiz, João Gomes, Lucas Paquetá, Pablo Maia (São Paulo)

ATACANTES - Endrick, Gabriel Martinelli, Raphinha, Richarlison, Rodrygo, Savinho (Girona), Vinícius Jr

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Deixe seu comentário

Só para assinantes