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Tite acertou. Poupar jogadores faz toda a diferença em uma Copa apertada
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Somos um povo e uma imprensa desesperados em Copas do Mundo. Puxa vida, perdeu para Camarões. É o fim do mundo! É preciso olhar para o que foi o jogo, não só para o resultado final. Foi um jogo de um time só, em que um goleiro "tampão", inexpressivo, teve a noite da vida dele. O normal era que o Brasil tivesse vencido. Perdeu, OK. Por uma pitada de sorte, a derrota não teve consequência.
Era preciso que a Suíça vencesse o outro jogo por dois gols de diferença para que ela ficasse na frente do Brasil, e isso não aconteceu. A chance de o Brasil se dar mal era pequena. Passou perto? Passou. Mas a probabilidade maior, no fim, prevaleceu.
Resultados, no futebol, nunca são garantidos. O que é garantido é o que a ciência e a fisiologia indicam. Os titulares da seleção brasileira jogaram pela última vez na segunda-feira, portanto terão uma semana inteira de recuperação para a partida contra a Coreia do Sul. Já os sul-coreanos jogaram ontem uma partida dura e de classificação contra Portugal.
A vantagem de cinco dias a mais de recuperação é tremenda, é gigantesca. É claro que as laterais e Neymar são um caso à parte, mas é muito importante ter Thiago Silva, Marquinhos (apesar de ter entrado), Casemiro, Paquetá e os três atacantes com esse descanso para o que vem pela frente.
Tem dois detalhes importantes aí nessa história. Um: O Brasil deu azar no sorteio, ficou em um dos últimos grupos e começou a Copa só no dia 24, enquanto Argentina e França, por exemplo, começaram dois dias antes. Isso deu mais tempo de preparação para a seleção antes da estreia, mas espreme a competição, o período entre jogos. O segundo detalhe: foi importante colocar os reservas em campo para saber com quem Tite pode ou não contar daqui para frente. Isso é fundamental!
Já sabemos que Daniel Alves pode jogar, não só ser o melhor pandeirista do Brasil. Já sabemos que Bremer, Fabinho e Martinelli estão aí. Enfim, as conclusões que Tite vai tirar, ele vai tirar. Para tirá-las, era necessário ver na prática.
Podem estar certos que a França será beneficiada por ter a semana inteira livre, enquanto a Polônia jogou quarta correndo atrás da Argentina. Que a Espanha, mesmo cabisbaixa após a derrota e tendo usado alguns titulares por bastante tempo, terá alguma vantagem nas oitavas, ainda que Marrocos tenha também um intervalo de quatro dias até o duelo. E certamente Portugal irá tirar proveito de uma semana inteira sem jogos para metade do time, enquanto a Suíça estava ontem se matando em uma batalha física e mental contra a Sérvia.
Cada jogo de Copa do Mundo é uma guerra, cada jogo representa risco. Depois do duelo de Camarões, o Brasil perdeu Alex Telles e Gabriel Jesus. Ninguém quer perder ninguém, nenhum corte é bom. Mas não é menos pior perder dois reservas do que dois titulares?
França, Espanha, Portugal e Brasil pouparam jogadores e perderam. As derrotas não trouxeram consequências negativas em termos de classificação e cruzamentos. E ter poupado jogadores pode fazer toda a diferença nas oitavas de final e lá na frente.
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