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Julio Gomes

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Brasil não precisa de testes. Precisa é da Copa

Richarlison comemora gol marcado pela seleção brasileira contra Gana com a dança do pombo - Lucas Figueiredo/CBF
Richarlison comemora gol marcado pela seleção brasileira contra Gana com a dança do pombo Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

23/09/2022 17h25

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Tem duas seleções rezando para a Copa do Mundo chegar logo. Poderia começar hoje. Ontem, até. Uma é a Argentina, a outra é a do Brasil. Nesta sexta, contra Gana, em Le Havre, a seleção brasileira passeou na primeira meia hora, fez três gols no primeiro tempo e depois esperou o tempo passar.

É muito difícil cobrar algo mais dos jogadores. Eles sabem que é amistoso, eles sabem que não é a Copa, é muito difícil manter uma mentalidade de competição em um jogo fácil e ganho. Por mais que alguns jogadores queiram fazer o esforço de uma vida para garantir vaga na Copa, é uma questão coletiva. Se o time inteiro está com o freio de mão puxado, a individualidade raramente aparecerá.

Tite escalou o time com o quarteto ofensivo e Paquetá de segundo volante. Dois gols foram de Richarlison, que, além dos gols, foi o grande azucrinador da saída de bola de Gana. Este é um dos pontos sobre Richarlison. Além de jogar muito bem sempre quando veste a camisa da seleção, é um cara raçudo e que corre por dois lá na frente (por ele e por Neymar, no caso). Marcar a saída de bola do adversário não é algo opcional no futebol de hoje em dia, é obrigatório.

Vinícius jogou bem pela esquerda, se encontrou com Neymar. Paquetá chegou à frente, que é o ponto todo de botar uma formação assim em campo. Raphinha e Militão foram bem pela direita. Enfim, tudo funcionou. Mas, no momento em que estiver perdendo, nas, digamos, quartas de final, esta formação ofensiva terá menos tempo, menos espaço e mais nervosismo em campo para superar. Não digo isso para gorar, apenas para constatar: amistosos são amistosos.

Veremos Pedro contra a Tunísia, sem dúvida. Uma seleção mais organizada do que Gana, uma retranca que vai dar mais trabalho. Sempre há testes a fazer. Mas o fato é que o Brasil não precisa mais deles. O que precisa é que comece logo o Mundial!

Ao contrário da França, com um milhão de lesionados, da Alemanha, que não consegue encontrar uma formação de ataque ponta firme, da Inglaterra, que não ganhou nenhum dos cinco jogos que fez na Liga das Nações. Quase todas as seleções fortes da Europa convivem com problemas e indefinições.

O Brasil está prontinho, prontinho. Chega logo, Copa!