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Julio Gomes

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Saidinha do Diniz? Bicão inútil é que dá empate milagroso ao Corinthians

Roger Guedes, do Corinthans, comemora gol contra o Fluminense pela Copa do Brasil - REUTERS/Sergio Moraes
Roger Guedes, do Corinthans, comemora gol contra o Fluminense pela Copa do Brasil Imagem: REUTERS/Sergio Moraes

24/08/2022 21h48

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Uma das coisas que mais ouvimos nos últimos anos foi que a "saidinha de jogo de Fernando Diniz" matava os times dele e era quase um desrespeito ao futebol competitivo. Bobagens, enfim, já que no mundo inteiro o futebol é praticado desta maneira e só demorou um pouco para chegar ao Brasil.

Quando o Fluminense erra um passe no meio de campo no primeiro tempo e o Corinthians faz um gol, vai para a conta do treinador. Como se ele errasse o passe. Mas e quando um jogador desrespeita o plano de jogo e entrega outro gol? Aí, raramente vejo o treinador ser absolvido.

Foi quando deu um bicão absolutamente desnecessário, com Michel Araújo (que havia entrado poucos minutos antes), que o Fluminense entregou ao Corinthians a chance de empatar o jogo, aos 45min do segundo tempo, no Maracanã. O 2 a 2 da ida da semifinal da Copa do Brasil é um resultado praticamente milagroso para o time de Vítor Pereira.

Onde estarão agora os críticos da "saidinha do Diniz"? Possivelmente desaparecerão. Eu sempre fui um crítico do bicão, nunca da tentativa de construir jogo desde lá de trás.

No primeiro tempo, até que houve equilíbrio. O Corinthians encaixou a marcação no meio de campo, o Fluminense teve uma posse de bola mais longe da área do que gostaria. O jogo começou perfeito para o Flu, com o pênalti desnecessário convertido por Fagner no primeiro minuto e o gol de Ganso. Mas o Corinthians empatou com Renato Augusto e só cedeu uma grande chance ao Flu, um cabeceio de Cano defendido por Cássio. Do outro lado, chegou a ameaçar, principalmente em um chute de Róger Guedes.

No segundo tempo, foi um massacre. Só o Fluminense jogou, e o gol de Arias deixava no placar um 2 a 1 que já era enganoso. No último minuto, o bicão desnecessário deixou o Corinthians trabalhar sua única jogada de ataque, Fágner achou Róger Guedes na área e ele decretou o 2 a 2.

Fábio ainda tocou na bola após o chute cruzado de Guedes, mas não conseguiu defender. Em um lance parecido, já no segundo tempo, foi Cano quem chutou, mas Cássio teve mão mais firme para espalmar.

Para completar o final trágico de jogo para o torcedor tricolor, o Fluminense ainda perdeu André, que levou um cartão amarelo nos acréscimos e não poderá atuar em Itaquera.

É verdade que empatar fora de casa é muito, mas muito melhor do que perder por 2 a 0. Só que o Fluminense está longe, bem longe, de ser um Atlético-GO - o time que o Corinthians eliminou nas quartas de final, com uma vitória por 4 a 1 em São Paulo. Está longe porque tem mais bons jogadores, tem um grande técnico, corajoso, e pode buscar o resultado em Itaquera.

Mas é óbvio que o resultado deixa o Corinthians com muito mais confiança para a eliminatória. Era um confronto 50-50. Agora, está mais para o Corinthians.