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Julio Gomes

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Senegal e Marrocos são os africanos que podem incomodar favoritos na Copa

Jogadores do Senegal comemoram gol contra o Egito - Divulgação/CAF
Jogadores do Senegal comemoram gol contra o Egito Imagem: Divulgação/CAF

30/03/2022 04h00

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As cinco vagas africanas na Copa do Mundo foram definidas ontem, três delas de forma dramática. São as consequências de uma fórmula de disputa que acaba em mata-mata. Senegal passou nos pênaltis contra o Egito, Camarões e Gana contaram com a falida regra do gol fora de casa para eliminar Argélia e Nigéria. Marrocos foi o único que passou com tranquilidade, a Tunísia entrou também.

O sorteio foi cruel, acabou colocando frente a frente as duas melhores seleções do continente (Senegal e Egito). E deixou para a terceira melhor, a Argélia, uma casca de banana. Camarões pode não viver o melhor momento, mas tem tradição. O final do jogo de ontem, com um gol da Argélia no finalzinho da prorrogação e outro de Camarões já nos acréscimos, foi um dos mais dramáticos que já vi no futebol.

O fato é que estarão no Catar-2022 três das seleções africanas que mais jogaram Mundiais: Camarões (8), Marrocos (6) e Tunísia (6), estes últimos alcançam as participações da Nigéria (6). Seguindo o ranking, Gana (agora com 4) alcança a Argélia. E Senegal (agora com 3) alcança Egito, Costa do Marfim e África do Sul.

Dos eliminados, Egito, Argélia, Nigéria e até mesmo a Costa do Marfim, que caiu na fase anterior, passam a impressão de terem mais material humano do que alguns dos eliminados. Mas o futebol africano é nivelado demais e definições em mata-mata dão nisso. Sinceramente, não vejo como Tunísia, Gana e Camarões possam fazer grandes coisas na Copa do Mundo.

Situação diferente de Senegal e Marrocos. Estas são, eu diria, as duas melhores seleções de fora do eixo Europa-América do Sul que estarão no torneio. Superiores às asiáticas e mesmo às da Concacaf, México incluído. Senegal e Marrocos são times com jogadores que atuam nas principais ligas europeias do goleiro ao ponta-esquerda. É claro que nem todos são Mané ou Hakimi, para falar dos melhores de cada uma. E é claro também que não mostram consistência para serem apontados favoritos a nada.

O fato é que Senegal e Marrocos podem chegar na Copa e nem passar da primeira fase. Podem perder de qualquer um. Igualmente, podem ganhar de qualquer um, têm potencial e material humano. Podem chegar no mata-mata e eliminar, sim, alguma potência europeia ou sul-americana. Olho neles.

O time de Senegal que entrou em campo contra o Egito teve: Mendy (Chelsea); Sabaly (Bétis), Cissé (Olympiacos), Koulibaly (Napoli) e Ciss (Nancy); Mendy (Rangers), Gueié (PSG) e Bouna Sarr (Bayern); Mané (Liverpool), Dia (Villarreal) e Ismaila Sarr (Watford). Na final da Copa Africana, haviam jogado outros caras de clubes das principais ligas europeias, como Diallo (PSG) e Kouyaté (Crystal Palace).

Já o time-base de Marrocos, que bateu a República Democrática do Congo por 4 a 1, ontem, é formado por: Bono (Sevilla); El Yamiq (Valladolid), Saiss (Wolverhampton) e Aguerd (Rennes); Hakimi (PSG), Lousa (Watford), Amallah (Standard Liege), Amrabat (Fiorentina), e Masina (Watford); Tissoudali (Gent) e En-Nesyri (Sevilla). O técnico é o experiente bósnio Vahid Halilihodzic, que barra o melhor jogador marroquinho da atualidade, Ziyech, do Chelsea.