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Julio Gomes

Pressão se inverte, e Real Madrid chega em crise à semana do superclássico

8.jan.2020 - Técnico Zinedine Zidane durante partida do Real Madrid - Sergio Perez / Reuters
8.jan.2020 - Técnico Zinedine Zidane durante partida do Real Madrid Imagem: Sergio Perez / Reuters

24/02/2020 09h50

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Resumo da notícia

  • Um mês atrás, o Real estava voando, o Barça trocava de técnico
  • Resultados das últimas semanas inverteram os times na classificação e na confiança
  • Antes do superclássico, os dois gigantes têm jogos pela Champions League

Em uma semana, o Real Madrid pode ver sua temporada inteira ir por água abaixo. Este é o tamanho da pressão em cima do clube que recebe, no Santiago Bernabéu, Manchester City, pela Liga dos Campeões, e Barcelona, pela Liga espanhola.

Duas derrotas na quarta e no domingo podem significar praticamente um adeus aos dois títulos que o time de Zidane ainda disputa. Um cenário de beirada de precipício que se desenhava de forma bastante menos dramática no início do mês - o contrário do que acontecia com o arquirrival, lá do outro lado.

Foi no meio de janeiro que Quique Setién assumiu o comando técnico do Barcelona. As primeiras semanas não foram nada fáceis.

Vitórias apertadas sobre Granada e Levante, um quase vexame na Copa do Rei (contra o Ibiza) - acabaria eliminado de qualquer forma em Bilbao. Derrota em Valência pela Liga. Abidal, hoje diretor, apontando o dedo aos jogadores pela demissão de Valverde, com Messi rebatendo à altura. Contusões e mais contusões, Dembélé fora da temporada, mercado de inverno fracassado.

As arquibancadas do Camp Nou ainda pedem a saída do presidente Bartomeu mas, pelo menos no campo, a coisa parece estar se acertando. O Barça ganhou três jogos seguidos (contra Bétis, Getafe e Eibar) e, em apenas três rodadas, passou de estar três pontos abaixo para estar dois à frente do Real Madrid.

A crise esportiva agora está do lado branco. Enquanto o Barça vivia o pesadelo em janeiro, o Real Madrid ganhava de todo mundo. Foi campeão da Supercopa, chegou à liderança da Liga, abriu fevereiro ganhando o dérbi contra o Atlético, avançava na Copa do Rei, chegou a acumular 21 jogos de invencibilidade. Tudo parecia acertado e azeitado no time de Zidane.

Aí o técnico resolveu escalar reservas contra a Real Sociedad e, em casa, foi eliminado da Copa do Rei. Vieram o empate contra o Celta, em casa, e a derrota para o Levante, no sábado. De repente, é o Real Madrid que está afundado em dúvidas, com perda de confiança e de gente importante (Hazard voltou e logo se lesionou novamente).

Os holofotes estão voltados para Benzema - segundo a imprensa local, o time joga bem, mas não faz gol, culpa, portanto, do atacante. Rodrygo, que em algum momento da temporada parecia ganhar a confiança do técnico, foi "rebaixado" para o time B e, no domingo, comemorou um gol de forma infantil, na cara do goleiro adversário, recebendo um cartão que significa suspensão automática para o clássico da primeira divisão.

Zidane, que alternou seu "amor" e suas dúvidas em relação a Vinícius Jr e Rodrygo ao longo da temporada, não está livre das críticas. Faz algumas más substituições e é criticado por insistir com Marcelo.

É assim que os dois gigantes abrem a semana do superclássico, marcado para o próximo domingo, 17h, em Madri.

Mas claro, antes os dois jogam pela Champions League, o que sempre pode ampliar ou diminuir crise. O Barcelona viaja a Nápoles na terça, o Real recebe o Manchester City na quarta. O Madrid tem uma viagem a menos, mas também um dia a menos de descanso. E, claro, um adversário bastante mais complicado.

Os papéis se inverteram. Quando todos achavam que o Real poderia chegar ao clássico com a chance de "matar" o campeonato, na verdade é o Barcelona que chega nesta condição.