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Julio Gomes

Na volta de Neymar, a noite foi de Haaland, o novo fenômeno europeu

Haaland comemorando primeiro gol contra o PSG  - Leon Kuegeler/Reuters
Haaland comemorando primeiro gol contra o PSG Imagem: Leon Kuegeler/Reuters

18/02/2020 18h52

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Resumo da notícia

  • Paris erra na escalação e tem sorte de sair com derrota pequena e gol fora de casa
  • Após 75min sem fazer nada, Neymar marca um gol e acerta a trave no fim
  • Grande nome da partida foi Haaland, 19 anos, o novo fenômeno do futebol europeu

Depois de dois anos fora do mata-mata da Champions League, Neymar voltou. E o Paris perdeu.

Quem esperava ver o brilho do brasileiro ou de Mbappé, viu Haaland. O norueguês de 19 anos de idade, contratação do Dortmund no mercado de inverno, meteu mais dois na justa vitória por 2 a 1 do Borussia sobre o PSG.

Por que "mais dois"? Porque desde que ele chegou ao clube, em janeiro, ele jogou 7 jogos e agora já soma 11 gols. O garoto é a revelação da temporada, o novo fenômeno do futebol europeu. Simplesmente não para de fazer gols. O rapaz tem quase dois metros de altura, mas se movimenta como um baixinho liso e driblador. Tem passadas largas, vai azucrinar a vida de zagueiros mundo afora por muito tempo. Uma força da natureza, que veremos até onde chegará.

A verdade é que o Paris tem que agradecer aos céus pelo gol encontrado fora de casa. Pressionou no fim e até chegou perto do empate, mas foi o pior time em campo durante quase todo o confronto.

O primeiro tempo já deveria ter acabado com vantagem do Borussia Dortmund no placar. Enquanto o time alemão acelerava a partida, de forma vertical, buscando o gol, o Paris tentava diminuir o ritmo, conter o ímpeto adversário. O PSG queria amarrar o jogo.

O time alemão não fez o gol porque o jovem Sancho foi fominha e tomou decisões erradas em mais de uma jogada.

Por mais que o Borussia jogasse em casa, era do PSG a responsabilidade da vitória. É o Paris que tem dois dos jogadores mais caros e badalados do mundo. É o Paris que resolveu deixar no banco de reservas atacante do porte de Cavani, Sarabia e Icardi.

Tuchel será massacrado - com razão - na França. É incompreensível que, na hora H da temporada, o Paris resolva escalar um time diferente, medroso, falando o português claro. A ideia era que os laterais atacassem mais. Mas Meunier e Kurzawa não têm a mesma qualidade dos atacantes, certo?

A tentativa de 3-4-3 de Tuchel permitiu que o Borussia marcasse com certa tranquilidade e ainda tivesse muitos espaços para contra atacar no primeiro tempo. Claro que não ajuda a vida do técnico quando seus jogadores não jogam nada. Neymar não jogou nada. Mbappé não jogou nada. Di María não jogou nada. Pelo menos foi assim por 75 minutos.

Fizeram apenas uma jogada, a do gol do Paris. Um achado, quando o Borussia vencia por 1 a 0 e pressionava pelo segundo. Zagadou foi o vilão, caindo de bumbum no chão na frente de Mbappé e permitindo o cruzamento para Neymar.

Nos últimos 15 minutos, enfim, o Paris jogou. Neymar até acertou a trave, tiveram a bola, mas foram ofuscados pelo volume do time de Dortmund.

O gol, que não foi merecido naquele momento, permite ao PSG passar com uma vitória simples na volta. Difícil mesmo é imaginar que o Borussia Dortmund passe um jogo inteiro no Parque dos Príncipes sem fazer um gol.

Porque o Borussia achou no mercado o tal Haaland. Que, logo após o empate, deixaria sua marca mais uma vez, com um tiro espetacular de perna esquerda - quase furou a rede.

Já estou contando os minutos para a partida de volta. Esse duelo promete.