Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
LOUD no Masters: balanço no VALORANT deve ser a longo prazo
Finalista do primeiro Masters de VALORANT deste ano, a LOUD gerou uma grande expectativa para a segunda edição do torneio - que começou no último domingo, em Copenhague, na Dinamarca. Com uma campanha irretocável no Challengers Brazil, a organização despertou atenção a nível internacional. Porém, em apenas três dias, acabou eliminada. Afinal, qual o balanço que devemos fazer desses dois contextos contrastantes dentro de uma mesma temporada?
Primeiramente, é preciso lembrar: a LOUD caiu no detalhe tanto para a KRÜ (aliás, LATAM virou um nêmesis para o Brasil no VALORANT) quanto para a OpTiC. Um chaveamento complicado, com dois adversários fortíssimos - e contra os quais a equipe bateu de frente. É necessário olhar para frente. A organização já está no Champions, o Mundial do game, que acontecerá em Istambul, na Turquia. E o mais importante: ainda é possível ter mais dois times brasileiros por lá.
O Last Chance Qualifier, que acontecerá em formato presencial, no Ginásio do Ibirapuera, em agosto, reunirá quatro equipes do Brasil e quatro de LATAM - valendo duas vagas no Champions. O evento tem o contexto perfeito para o VALORANT nacional dar uma resposta, após as derrotas de NIP (no LCQ para o Masters) e LOUD para a algoz KRÜ. Diante do público, naquela que será a primeira LAN com torcedores do FPS da Riot Games em solo nacional.
Obviamente, o fato da LOUD estar sobrando a nível nacional levanta o questionamento sobre em que estágio estamos enquanto cenário como um todo. E, talvez, esta resposta só venha na próxima temporada, com a criação da liga internacional, que reunirá Brasil, LATAM e América do Norte. Porém, é importante ressaltar: VALORANT rapidamente se tornou um ponto de estratégia prioritária para muitas organizações.
Será um grande desafio para a Riot manter um campeonato nacional relevante e forte enquanto algumas das principais organizações, ao que tudo indica, migrarão para os Estados Unidos para jogar nesta nova liga - em um movimento semelhante ao que aconteceu no passado com o Counter-Strike: Global Offensive. É preciso evitar a ideia de que há um "teto" no país que nunca estará no nível desses torneios maiores.
Porém, tirar conclusões agora seria um ato precipitado. É sempre bom lembrar que estamos falando de um jogo que tem pouco mais de dois anos de vida, e cujo cenário competitivo começou, oficialmente, apenas no início do ano passado. Se a curva de crescimento for mantida, e o Brasil honrar sua tradição em FPS, os voos a serem alçados são bem mais altos.
Ter o respaldo a longo prazo da publisher é fundamental para equipes e jogadores verem no VALORANT um caminho seguro, sem a incerteza que, muitas vezes, o esporte eletrônico deixa no ar. O Champions será um bom termômetro do que pode vir por aí, mas não a resposta final.
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