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Danilo Lavieri

Neymar fecha semana de ouro com golaços dentro e fora de campo

Neymar faz protesto antirracista no recomeço do jogo entre PSG e Istanbul  - FRANCK FIFE / AFP
Neymar faz protesto antirracista no recomeço do jogo entre PSG e Istanbul Imagem: FRANCK FIFE / AFP

Colunista do UOL

09/12/2020 16h34

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Neymar teve uma semana de ouro dentro e fora dos gramados. Com a bola rolando, o atleta fez cinco gols pelo PSG na Champions League em dois jogos e garantiu a vaga de sua equipe no mata-mata. Foram três hoje (9), diante do Istanbul Basaksehir, e dois contra o Manchester United na quarta-feira passada.

Sem nem contar o gol da vitória por 1 a 0 na 4ª rodada da fase de grupos diante do RB Leipzig. E vale lembrar que a vaga garantida hoje esteve ameaçada no início da competição com duas derrotas nos três primeiros jogos. De acordo com OptaJoe, conta especialista em estatísticas de futebol, ele foi o primeiro atleta a fazer 20 gols em competições europeias por dois times diferentes.

Mas o maior golaço dele foi mesmo fora de campo, onde ele deu o exemplo que é tanto cobrado por fãs e imprensa em lutas importantes da sociedade. Criticado de forma merecida tantas vezes por se omitir em diferentes episódios, agora ele merece elogios.

O brasileiro foi um dos líderes do time francês ao lado de Mbappé na hora de sair do gramado por causa do lamentável episódio de racismo do quarto árbitro contra Pierre Webo, do Istanbul Basaksehir, da Turquia. Hoje, no retorno da partida que estava suspensa, ele se ajoelhou e fez o protesto antiracista.

O jogador de futebol mais importante do país não é obrigado, mas pode dar exemplo em lutas importantes da sociedade, a exemplo do que faz constantemente o atacante Richarlison, do Everton e companheiro de Neymar na seleção.

Recentemente, o camisa 10 também foi alvo de racismo por Álvaro González, zagueiro do Olympique. Depois de reclamar bastante com a arbitragem, o brasileiro não teve as suas reclamações atendidas, continuou em campo nitidamente nervoso e acabou expulso momentos depois após agredir o atleta espanhol.

Na ocasião, o presidente da Federação Francesa de Futebol, Noël Le Graët, chegou a afirmar que não existia racismo no futebol. Três meses depois, ele mudou de posição e lamentou o episódio de ontem contra o atleta do Istanbul.

Aos 28 anos, Neymar ainda mostra que tem condições técnicas de liderar um time e, ainda que em ritmo lento, também mostra amadurecimento em atitude fora de campo para se livrar do rótulo de "Menino Ney".