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Danilo Lavieri

Palmeiras volta a ter problemas de criatividade e é punido por recuar muito

Raphael Veiga, do Palmeiras, e Darlan, do Grêmio, em campo pelo campeonato Brasileiro - Cesar Greco/S.E.P Palmeiras
Raphael Veiga, do Palmeiras, e Darlan, do Grêmio, em campo pelo campeonato Brasileiro Imagem: Cesar Greco/S.E.P Palmeiras

Colunista do UOL

20/09/2020 18h04

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O Palmeiras voltou a encontrar dificuldades para ter uma boa transição da defesa para o ataque. No empate por 1 a 1 com o Grêmio hoje, o time paulista não teve uma partida brilhante, mas caminhava para somar os três pontos até os 46 minutos do 2º tempo, quando acabou penalizado por um erro na marcação de bola parada e tentar "fechar a casinha" até demais como gosta de falar Vanderlei Luxemburgo.

Com dificuldades de repetir a engrenagem do meio-campo sem poder contar com Patrick de Paula, Lucas Lima e Zé Rafael, o treinador mudou no segundo tempo e viu sua equipe responder rápido com o gol de Raphael Veiga, mas foi penalizado por ter recuado demais depois de abrir o 1 a 0. Mesmo com três zagueiros na reta final, o time sofreu o empate em escanteio.

Depois de ver Renato Gaúcho tirar um meio-campista para colocar um atacante, o técnico palmeirense reagiu de maneira semelhante e colocou Wesley no lugar de Ramires, recolocando a equipe numa formação com três atacantes. Raphael Veiga, que jogava caindo para os lados, voltou a ser centralizado.

A jogada permite passagens pelas laterais com mais facilidade. Foi assim que Viña passou pela esquerda e cruzou justamente para Raphael Veiga. Novamente no meio, ele apareceu dentro da área como um atacante para bater firme e abrir o placar.

Antes disso, o Palmeiras de Luxemburgo encontrava dificuldades para fazer a transição da bola da defesa para o ataque. Com Weverton pouco exigido, o time não corria grandes riscos, mas deixava o jogo monótono por conta das dificuldades de criação.

Recentemente, o treinador parecia ter encontrado uma fórmula para fazer o time funcionar. Lucas Lima não jogava mais centralizado, caindo do meio para os lados, abrindo espaço para Patrick de Paula e Gabriel Menino carregarem a bola até a área adversária, com Zé Rafael como outro jogador essencial nessa engrenagem.

Hoje, Luxemburgo não teve nenhum dos quatro. Quer dizer, Gabriel Menino até esteve em campo, mas ficou longe de fazer uma boa apresentação. Patrick de Paula e Lucas Lima nem viajaram com a delegação por conta de problemas físicos, e Zé Rafael estava suspenso. Ramires, um dos escolhidos para a substituição, não consegue dar a mesma dinâmica do jogo, o que agrava a adaptação da equipe às mudanças.

A solução foi voltar à já testada formação de três atacantes. Veron entrou e, mesmo que não tenha estado em seus dias mais empolgantes, foi melhor que Rony, que depois ter ido bem na altitude contra o Bolívar voltou "ao normal" no Palmeiras em mais uma péssima apresentação.

O Alviverde se agarrava ao ditado que "às vezes no futebol é mais importante ganhar do que jogar bem". Se agarrou tanto que recuou demais e foi punido por um gol de cabeça de Ferreira, que tem 1,75m, nos acréscimos do 2º tempo. A tática usada na Bolívia de colocar três zagueiros para evitar o perigo aéreo não deu certo dessa vez.