Pelé e Dinamite: prestar homenagem e atenção é nosso dever

Roberto Dinamite foi sepultado hoje. A tristeza de ver seu caixão carregado para o topo de um carro de bombeiros, ao vivo, no Redação SporTV dessa manhã, me invadiu no ar.

Não torço para o Vasco e não vi Dinamite jogar. Como não vi Pelé. Como não vi Ademir da Guia. Como não vi Garrincha. Como praticamente não vi Zico.

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Mas o caixão é a materialização da morte. A concretude da ideia de que a jornada acabou. De que não veremos mais a pessoa, ouviremos sua voz, desfrutaremos do seu sorriso.

Saí de férias e, ao voltar, não tínhamos mais Pelé e não tínhamos mais Roberto Dinamite. Em duas semanas, duas ausências irreparáveis.

Não só porque seres humanos são insubstituíveis — especialmente, os sobrenaturais. Também pois a natureza do presente é ter sido constituído pelo passado. Todas as estrelas que acompanhamos hoje só existem porque estes jogadores tornaram grandes os seus clubes, tornaram grandes o futebol brasileiro.

Sem Pelé não seríamos gigantes. Sem Dinamite, o Vasco talvez fosse só o clube da Colina.

Toda a glória presente e futura deve reverência àqueles que as tornaram possíveis. Não reconhecer nossos antepassados, não lhes dar crédito, não celebrá-los em vida ou na morte é mais do que desrespeitoso: é burrice.

É abrir mão da fonte que ainda pode nos abastecer. A fonte que gera Vini Jrs, Endricks, Richarlisons, Paulinhos, Lázaros, Rodrygos e tantos outros.

Dinamite permanece o maior artilheiro isolado da história do campeonato brasileiro, com 190 gols marcados (o segundo, Fred, tem 158; Romário, 154). Um dos maiores do mundo em campeonatos nacionais.

Pelé foi o maior de todos. Ponto. Parágrafo.

Prestar-lhes homenagem na partida é nosso dever como pessoas. Prestar atenção ao seu legado é nosso dever como fãs do esporte que a eles tanto brilho deve.