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Alicia Klein

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Dois 'golazos' salvam a Argentina, mas seu futebol respira por aparelhos

Jogadores da Argentina comemoram gol de Messi contra o México, pela Copa do Mundo do Qatar - FRANÇOIS-XAVIER MARIT / AFP
Jogadores da Argentina comemoram gol de Messi contra o México, pela Copa do Mundo do Qatar Imagem: FRANÇOIS-XAVIER MARIT / AFP

26/11/2022 18h02

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O time do México é pior que o dos Estados Unidos, que se bobear é pior que o do Canadá. Ruim.

E a Argentina penou para sair com um 2 a 0 sobre este adversário, que basicamente abdicou de atacar. A equipe de Scaloni levou 33 minutos para dar o primeiro chute a gol. Trinta e três minutos.

Aos 19 do segundo tempo saiu o primeiro gol, perdoem o clichê, em um lampejo da genialidade de Messi. De fora da área, um tiro rasteiro no cantinho de Ochoa.

O segundo ficou a cargo da cria do River Plate, Enzo Fernández, que acabara de entrar. Um tiro certeiro para estufar a rede do legendário goleiro mexicano.

Tenho dúvidas de quanta responsabilidade repousa nos ombros do técnico Scaloni. Difícil não pensar em talento desperdiçado em formações erráticas, que prejudicam um entrosamento já inalcançável pelo pouco tempo de treinamento. Só entre a partida contra a Arábia Saudita e hoje foram cinco mudanças no elenco.

Deu para o gasto, só que não por muito. Agora, a Argentina pega a Polônia, podendo empatar para avançar, mas em segundo do grupo. Situação, aliás, que permite uma final com o Brasil.

Vai precisar mostrar muito mais futebol para não morrer nas oitavas, como aconteceu na Rússia, no revés por 4 a 3 para a França.

Nos meus bolões e previsões (inúteis) antes do Mundial, apostei que nossos vecinos começariam de forma errática, passando de fase atrás da Polônia, porém se recuperando e chegando à tal final contra nós. Lógico que não imaginei a zebra saudita - cravei uma derrota para Lewandowski e cia.

A festa será imensa hoje, com justiça. Os hermanos respiram. Por aparelhos. Encerradas as comemorações - intensas como tudo que é argentino - vai ser preciso pensar em como fazer render um grupo em que sobra talento e, por ora, falta conjunto.

O sonho ainda não acabou. O pesadelo, todavia, segue à espreita.