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OPINIÃO

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Atrás nas finais, Flamengo busca milagre que só aconteceu uma vez no NBB

Yago, do Flamengo, tenta a infiltração durante as Finais do NBB - João Pires/LNB
Yago, do Flamengo, tenta a infiltração durante as Finais do NBB Imagem: João Pires/LNB

Daniel Ávila

04/06/2022 08h47

"Vai se criando um clima terrível"

A famosa frase do narrador Galvão Bueno, que virou moda nas redes sociais, está sendo bastante utilizada pela torcida rubro-negra após a derrota no Jogo 2 das finais do NBB. Mas nem tudo está perdido; a história do NBB mostra que a missão do Flamengo não é impossível, embora seja improvável. Em toda sua trajetória, apenas uma final viu um time que perdia por 2 a 0 conseguir a virada para 3 a 2: foi na temporada 2016/17, quando Bauru reverteu a devantagem de dois jogos na final contra o Paulistano e conquistou o título conseguindo três vitórias seguidas. O precedente existe, mas o atual campeão Intercontinental vai ter que corrigir muitas coisas para sonhar com a virada.

O Flamengo foi um time que oscilou bastante durante a temporada regular, e as finais não estão sendo diferente. No jogo 1, o rubro-negro correu atrás do placar a partida inteira, chegou a ter uma desvantagem de 16 pontos e até conseguiu se recuperar, mas tarde demais. No jogo 2, a defesa acordou e foi o time carioca que abriu 12 pontos de frente no placar, mas com um aproveitamento muito fraco nas bolas de três e nos lances livres o Flamengo permitiu a reação do Franca e acabou com sua segunda derrota na série após o toco decisivo de Georginho. Para conseguir a vitória no Jogo 3, as oscilações nos dois lados da quadra tem que diminuir e os arremessos de longa distância precisam evoluir e melhorar de aproveitamento.

Uma marca registrada da equipe treinada por Gustavo de Conti é o coletivo. Mesmo em temporada que você tinha no elenco jogadores como Marquinhos e Anderson Varejão, o Flamengo conseguia rodar bem a bola e aproveitar a qualidade de todos os seus jogadores. Mas, na batalha entre Gustavo de Conti e Helinho, o técnico francano está levando a melhor: nos dois jogos das finais, a equipe carioca acabou travada pela defesa de Franca, principalmente no último quarto do jogo 2, quando os paulistas armaram uma defesa em zona e o rubro-negro não teve respostas. Os melhores momentos do time carioca foram explorando a velocidade do armador Yago, que é líder em pontos e assistências do Flamengo na atual temporada, e Gustavo de Conti pode utilizar disso para deixar o jogo ofensivo do time carioca mais rápido ao invés de deixar o Franca ficar confortável e montado defensivamente.

São dois os tabus que o Flamengo precisa quebrar para conseguir o título: derrotar o Franca três vezes seguidas, e vencê-los duas vezes no Pedrocão. Contando a fase de classificação e os playoffs, a equipe francana ainda não perdeu em seus domínios; foram apenas quatro derrotas no total e todas fora de casa, contra União Corinthians, Paulistano e Brasília na temporada regular, e no jogo 2 das semifinais, contra o São Paulo. Para o Franca, vencer um jogo no Rio de Janeiro foi espetacular para o planejamento do time: agora precisam vencer apenas uma partida nas próximas três, sendo que as duas últimas serão realizadas no ginásio da equipe do SESI Franca. Mesmo com uma atuação abaixo ofensivamente de seus principais jogadores no jogo 2, o time contou com o brilho dos seus "coadjuvantes de luxo", com David Jackson sendo o principal pontuador e Jhonatan Luz sendo eleito o melhor jogador da partida, para sair com uma vitória que muda por completo a série a seu favor. Franca está a apenas uma vitória do título e está com uma mão na taça, mas contra o esquadrão do Flamengo, tudo pode acontecer, e não é uma boa ideia comemorar antecipadamente.

O jogo 3 da série acontece hoje, sábado (04), às 16h10, no Ginásio do Maracañazinho. A final terá transmissão da ESPN, TV Cultura, Youtube e Tik Tok oficial do NBB.