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Apesar de apelo de Bolsonaro, PL desiste de empresa para fiscalizar eleição

O partido do presidente Bolsonaro desistiu de auditar eleições junto ao TSE - Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
O partido do presidente Bolsonaro desistiu de auditar eleições junto ao TSE Imagem: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Gabriela Vinhal e Carla Araújo

Do UOL, em Brasília

18/07/2022 18h13Atualizada em 18/07/2022 18h13

Em meio a ataques recorrentes do presidente Jair Bolsonaro contra a segurança das urnas eletrônicas, o PL, partido do chefe do Executivo, desistiu de dar andamento ao credenciamento do Instituto Voto Legal para auditar as eleições deste ano no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

O presidente da legenda, Valdemar Costa Neto, havia credenciado a empresa para fiscalizar o processo eleitoral em nome da sigla. Caberia ao presidente da Corte Eleitoral, ministro Edson Fachin, analisar se o instituto obedecia a alguns critérios exigidos pelo tribunal para autorizar o seu nome.

No último 24 de junho, Valdemar oficializou a desistência em relação à empresa inicialmente escolhida. Em 1º de julho, Fachin proferiu um despacho que homologou o recuo do PL e deu ao partido a chance de uma nova indicação.

"Ante tal cenário, homologa-se o pedido de desistência e determina-se a intimação do Partido Liberal para que proceda à nova indicação de credenciamento, no presente procedimento, sendo que, em caso de silêncio da parte, ou não indicação, será determinado o arquivamento, em virtude da falta de interesse no seu prosseguimento", determinou o ministro.

Críticas ao TSE

Em maio, Bolsonaro defendeu uma auditoria nas urnas eletrônicas antes do pleito "para melhor termos umas eleições livres de qualquer suspeita e de interesse externo, mas ela pode falar que é impossível auditar e não aceitar fazer o trabalho, olha a que ponto nós vamos chegar".

O presidente tem feito ataques recorrentes às urnas eletrônicas e ao sistema eleitoral, incluindo críticas aos ministros do TSE. Desde que as urnas eletrônicas foram implementadas —parcialmente em 1996 e 1998, e integralmente a partir de 2000— nunca houve comprovação de fraude nas eleições brasileiras, mesmo quando os resultados foram contestados.

A segurança da votação é constatada pelo TSE, pelo MPE (Ministério Público Eleitoral) e por estudos independentes.