Topo

Bombig: Fala de Lula sobre PSDB foi recado para Doria

Colaboração para o UOL

01/06/2022 18h48

Em participação ao UOL News na noite desta quarta-feira (1º), o colunista Alberto Bombig comentou sobre a declaração do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de que o PSDB "acabou".

Integrantes do Partido dos Trabalhadores entendem a fala como uma "derrapada". Além disso, segundo apurações do jornalista, Lula queria passar um recado para o ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB).

"Doria assumiu o antipetismo e o antilula de maneira muito forte. Basta lembrar do 'Bolsodoria' [nome usado para representar uma ligação entre Jair Bolsonaro e João Doria] e das muitas críticas e ataques que o ex-governador fez ao Lula", contou Bombig.

Apesar da tentativa de cutucar o tucano, a fala do petista acabou soando como um ataque para o PSDB como um todo. "Isso favorece a ala bolsonarista do partido", avaliou o colunista.

Bombig ainda falou sobre a "mágoa" que Lula sente pelo PSDB. "No impeachment da Dilma [Rousseff], [o partido] se posicionou a favor, há também uma mágoa sobre o processo de prisão de Lula, em que o PSDB se omitiu. Então, a questão não está completamente resolvida e pacificada."

A declaração do ex-presidente ocorreu na noite de terça-feira (31), no lançamento de um livro sobre correspondências que recebeu na prisão. Mais cedo, o PSDB rebateu a fala do ex-presidente.

No Twitter, a sigla publicou que Lula deveria "estar mais preocupado em responder porque [sic] a gestão do PT quase acabou com o Brasil" e ressaltou que o petista "segue na hipocrisia procurando líderes tucanos".

Representantes da pré-campanha do PT buscam apoio do PSDB. Lula já conversou com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o ex-ministro Aloysio Nunes, que declarou voto no petista em primeiro turno. Outros tucanos na mira de Lula são o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que ainda não se posicionou publicamente, e o ex-secretário-geral da Presidência no governo FHC e ex-senador Arthur Virgílio.

Ex-adversário de Lula, Geraldo Alckmin deixou o PSDB após 33 anos e virou pré-candidato a vice ao lado do petista.