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Advogada de Bolsonaro assume defesa de campanha de Daniel Silveira

A advogada Karina Kufa, que defendeu Bolsonaro em 2018 - Reprodução/Instagram
A advogada Karina Kufa, que defendeu Bolsonaro em 2018 Imagem: Reprodução/Instagram

Paulo Roberto Netto

do UOL, em Brasília

17/05/2022 21h56

A advogada Karina Kufa, que defendeu o presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2018, assumirá a defesa da campanha eleitoral do deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ). Condenado por ameaças ao STF (Supremo Tribunal Federal), o parlamentar é pré-candidato ao Senado no Rio de Janeiro.

O principal desafio para a defesa será a questão da inelegibilidade de Silveira para a campanha deste ano. Ao ser condenado pelo Supremo, o deputado teve os direitos políticos suspensos por 8 anos. Mesmo com a graça concedida por Bolsonaro, uma ala do STF considera que o deputado continua barrado das eleições.

"Esse tema nós vamos tratar somente quando do pedido de registro de candidatura", disse Karina Kufa ao UOL. "Ainda vamos estudar o caso".

Em abril, o ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal contra Silveira, indicou em despacho que o deputado deve continuar inelegível mesmo após receber a graça presidencial.

Segundo Moraes, o decreto assinado por Bolsonaro extingue somente a pena de prisão, e não afeta os efeitos "secundários" da condenação, como a perda de mandato e a suspensão dos direitos políticos.

"O Supremo Tribunal Federal, no exercício de sua competência constitucional privada, já definiu no sentido de que 'a concessão do indulto extingue a pena, mas não o crime, de modo que não são afastados os efeitos secundários do acórdão condenatório, dentre os quais a interdição do exercício de função ou cargo públicos'", disse Moraes.

A discussão sobre o alcance da graça, porém, ainda deve ser discutida pelo Supremo, que não tem prazo para solucionar o impasse.

Como mostrou o UOL, uma ala do tribunal tem recorrido ao entendimento que Silveira continua inelegível e a questão passaria a ser discutida no TSE no próximo semestre, quando Silveira registrasse sua candidatura ao Senado.