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Pacheco: 'Sistema eletrônico nos dará resultado fidedigno das eleições'

Rodrigo Pacheco, presidente do Senado - Pedro Gontijo/Senado Federal
Rodrigo Pacheco, presidente do Senado Imagem: Pedro Gontijo/Senado Federal

Do UOL, em São Paulo

16/05/2022 22h39Atualizada em 16/05/2022 23h52

O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), declarou que as urnas eletrônicas darão os resultados fidedignos das eleições no pleito deste ano. A declaração, que foi dada ao programa Roda Viva, da TV Cultura, ocorre dias após o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltar a questionar, sem provas, o voto eletrônico e dizer que seu partido irá contratar uma empresa externa para fazer auditoria "antes das eleições".

"Não há dúvida com relação à lisura das urnas eletrônicas. A partir do momento que houve um questionamento o TSE reagiu prontamente, as instituições contribuíram com o TSE [Tribunal Superior Eleitoral] nesse sentido e eu considero que esse esclarecimento está próximo de ser pleno", começou o senador.

E completou: "Uma coisa é certa, inclusive pela posição do Congresso Nacional, haverá votação pelo sistema eletrônico. Rechaçada a tese do voto impresso, uma coisa é certa: nós teremos as eleições pelo sistema eletrônico e ele nos dará, de forma fidedigna, o resultado da votação popular para cada um dos representantes eleitos".

Em resposta ao questionamento do porquê Pacheco não cita o presidente diretamente em suas críticas, o parlamentar explicou que não precisa direcionar às críticas ao chefe do Executivo e instituições, e seguirá mantendo o papel do "consenso e do diálogo".

Apesar disso, declarou que "não podemos permitir que ainda insistam em questionar urnas eletrônicas" após o TSE não identificar fragilidades nas urnas eletrônicas em uma segunda rodada de testes de segurança finalizado na últimas semana.

Forças Armadas

Pacheco também disse considerar que não há "hipótese" de as Forças Armadas se manifestarem contrariamente aos resultados das eleições. No final de abril, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso afirmou que há no cenário político brasileiro intenção de usar as Forças Armadas para atacar o processo eleitoral no país. A fala do magistrado provocou mal-estar entre os poderes e chegou a ser rebatida pelo Ministério da Defesa.

Eu considero que não, não há hipótese de haver, por parte das forças armadas, na minha opinião, qualquer tipo de amparo à manifestação ou iniciativas que não sejam dentro da ordem democrática e obediência à Constituição. As Forças Armadas têm sua responsabilidade, obrigação constitucional de defesa da pátria, defesa da ordem constitucional, da lei e da ordem do estado, inclusive, pelos poderes da República. Presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG)

O presidente do Senado ainda minimizou os sucessivos questionamentos ao sistema eleitoral, inclusive com perguntas fora do prazo, feitos pelas Forças Armadas ao TSE. Apesar das dúvidas, as Forças Armadas tiveram uma participação tímida na segunda rodada de testes conduzidos pelo Tribunal Eleitoral para verificar a segurança das urnas eletrônicas.

"Hora nenhuma houve da parte deles [Forças Armadas] uma crítica veemente. O que talvez se aponte como crítica sejam dúvidas que, de fato, em alguns encontros, não só com Forças Armadas, mas com diversas instituições foram questionadas em relação ao funcionamento das urnas eletrônicas, qual e se haveria algum grau de vulnerabilidade, alguma possibilidade de fraude ou não, dúvidas do seio da sociedade lançadas de fato por um movimento que visa deslegitimar e descredenciar as urnas eletrônicas, mas que em algum momento foi a dúvida geral por parte da sociedade."

Questionado, Pacheco declarou que as Forças Armadas são "instituições maduras" e destacou que elas não devem ter compromisso político e eleitoral. Ele apontou também que não há o papel de "poder moderador" desse grupo.

"Eu considero que o compromisso das Forças Armadas é com o Estado de Direito e é com a Democracia. Elas não devem ter um compromisso político, muito menos um compromisso político-eleitoral. Então, essa é a confiança que como presidente do Senado e cidadão eu tenho em relação às Forças Armadas. Seria inimaginável pensar em pleno ano de 2022 (...) que nós possamos planejar algo que não seja dentro dos limites da Constituição", ressaltou.

*Com Paulo Roberto Netto, do UOL, em Brasília, e do Estadão Conteúdo