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Bolsonaro não recebe prefeitos, só os filhos e milicianos, diz Lula em SP

Lucas Borges Teixeira

Do UOL, em São Paulo

05/05/2022 13h09Atualizada em 20/07/2022 10h06

O ex-presidente Lula (PT) disse hoje que o presidente Jair Bolsonaro (PL), adversário direto nas eleições de outubro, não recebe outros governantes nem representantes de movimentos sociais, ouve apenas os filhos e "os milicianos que o cercam", e governa na base de fake news.

Em discurso na ocupação Vila Soma, em Sumaré (SP), nesta manhã, o petista afirmou que irá fazer uma campanha limpa e prometeu, caso eleito, ajudar na infraestrutura das cidades. O ex-prefeito paulistano Fernando Haddad (PT), pré-candidato ao governo, também estava presente.

O nosso atual presidente vai terminar o mandato sem nunca atender um prefeito. Ele nunca atendeu prefeito, governadores, sindicalistas, nenhum movimento nesse país. Só atende os filhos dele e os milicianos que cercam ele. É só isso que ele faz."
Ex-presidente Lula, pré-candidato do PT

"Ele fica causando terror, ele fica mentindo sete vezes por dia através de fake news. O povo é soberano e o Bolsonaro fica colocando medo nas pessoas", completou o ex-presidente.

Lula e Bolsonaro são pré-candidatos à presidência nas eleições de outubro e têm, hoje, uma diferença de 11 pontos percentuais nas pesquisas de intenção de voto, com vantagem para o petista, de acordo com o agregador de pesquisas do UOL.

"[Bolsonaro fala que] a campanha [do Lula] vai ser suja, vai ter mentira, agressividade. Queria dizer para esse cidadão que, por acaso, virou presidente da República: nós vamos fazer uma campanha limpa, não será agressiva, não terá fake news", disse Lula.

O ex-presidente tem sido instruído a não entrar nas polêmicas de Bolsonaro, mas sim em comparar a sua gestão, entre 2003 e 2010, com o governo atual —focando, em especial, em economia e poder de compra.

"Esse país chegou a ser a sétima economia mundial, era um país que chegou a crescer 7,5% ao ano, tinha gerado 20 milhões de empregos com carteira profissional assinada, aumentava o salário mínimo todo ano", disse Lula, fazendo referência a seu governo.

Ocupação construída com auxílio federal

A Vila Soma, na periferia de Sumaré, a cerca de 120 km de São Paulo, é uma ocupação construída com auxílio de verba federal disponibilizada pelo governo Dilma Rousseff (PT). A comunidade surgiu de uma ocupação, em 2012, da área de quase 1 milhão de metros quadrados, abandonada após a falência da antiga empresa Soma Equipamentos Industriais, nos anos 1990.

Lula visitou o local duas vezes em 2016. De acordo com a organização do ato, hoje há cerca de 10 mil moradores no local, que luta por infraestrutura básica, como asfalto, saneamento e luz elétrica para se tornar um bairro.

Além de Lula e Haddad, estavam presentes na visita de hoje Guilherme Boulos (PSOL), líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), que ajudou na interlocução entre a comunidade e o governo Dilma; os deputados Alexandre Padilha (PT-SP) e Carlos Zarattini (PT-SP); o ex-ministro Aloízio Mercadante (PT), um dos coordenadores da campanha; e o ex-deputado Jilmar Tatto (PT-SP), coordenador de comunicação do PT.