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Haddad diz que 'piso alto' de Bolsonaro atrapalhou 3ª via: 'Não derreteu'

Na avaliação de Fernando Haddad, o atual mandatário tem uma base de apoio significativa - Marle Bergamo/Folhapress
Na avaliação de Fernando Haddad, o atual mandatário tem uma base de apoio significativa Imagem: Marle Bergamo/Folhapress

Colaboração para o UOL

31/03/2022 00h39Atualizada em 31/03/2022 00h45

Ex-ministro da Educação e pré-candidato a governador de São Paulo, Fernando Haddad disse, em entrevista ao Em Foco, da GloboNews, que o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem um "piso alto" de apoio e, por isso, atrapalhou os planos da chamada "terceira via" na disputa presidencial.

Na avaliação do petista, o atual mandatário tem uma base de apoio significativa. "Dificilmente haveria uma brecha para uma candidatura alternativa ao presidente Lula e Bolsonaro. Até porque, nunca tratei como sendo terceira via. Existe um 'plano B' para o Bolsonaro, não para Lula. [...] Se Bolsonaro derrete, talvez fosse [Sergio Moro], mas ele tem piso alto. Quando você tem 20% [de apoio] é muito difícil sair do 2º turno."

Pesquisa PoderData divulgada ontem pelo site Poder360 aponta o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na liderança da disputa pela Presidência, com 41% das intenções de voto. Bolsonaro, que busca a reeleição, aparece em segundo, com 32%, uma diferença de nove pontos percentuais. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.

Na sequência, vêm os ex-ministros Ciro Gomes (PDT), com 7%, e Sergio Moro (Podemos), com 6%. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), tem 3%; o deputado André Janones (Avante), 2%; o governador do Rio Grande do Sul (PSDB), Eduardo Leite, e a senadora Simone Tebet (MDB) têm 1% cada.

"É essa a dificuldade da centro-direita em substituir Bolsonaro", acrescentou o ex-ministro.

Haddad diz que fim do Centrão ajuda qualquer presidente

Durante a entrevista à jornalista Andréia Sadi, Fernando Haddad também afirmou que a não participação de integrantes do "Centrão" na nova legislatura do Congresso ajudaria qualquer presidente democrata.

"O eleitor tem a chance de colocar o Centrão definitivamente na oposição. Quanto menos força tiver o Centrão, mais fácil vai ser para um presidente democrata governar", disse o petista.

Nos governos do PT, integrantes do Centrão também se alinharam aos petistas, como admite Haddad, porém, o ex-ministro afirma que, agora, o grupo tem um candidato declarado. "Pela primeira vez ele tem candidato próprio. Nós entendemos que Bolsonaro acabou demonstrando de forma transparente de onde saiu".

PT não deve ter chapa 'puro sangue' em São Paulo

O pré-candidato ao governo de São Paulo também disse durante a entrevista que o PT não deve montar uma chapa "puro sangue" - ou seja, somente com candidatos petistas - na disputa estadual.

"Não vai ser chapa puro sangue. Vamos ter que compor, queremos compor", garantiu Haddad.

Há um imbróglio na disputa em São Paulo porque tanto o ex-ministro da Educação quanto Márcio França (PSB) querem ser candidatos a governador do Estado pelo grupo. O petista diz que é possível que as duas candidaturas sejam lançadas, mas afirma que um único nome seria o ideal.

"Há tempo para uma coalização de forças. Eu penso que, nesse momento, estou com foco muito grande. [...] Podemos fazer um acordo de primeiro turno, mas acho mais necessário do que isso fazer acordo de segundo turno", afirmou.

Pesquisa Real Time Big Data contratada pela Record TV e divulgada na segunda-feira (28) aponta o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) à frente na corrida eleitoral para o governo do estado de São Paulo nas eleições deste ano, com 27% das intenções de voto. Em segundo lugar aparece o ex-governador Márcio França (PSB), com 14%, empatado com o ministro de Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), que também tem 14%. A margem de erro do levantamento é de três pontos percentuais para mais ou para menos.