Hidratante para diluir em água? Fórmula ajuda a emitir 20% menos carbono
Você deve estar acostumada a ver produtos de limpeza concentrados, que precisam ser diluídos em água antes do uso. Um pequeno frasco rende, por exemplo, três litros de sabão para lavar roupa. Essa tecnologia chegou ao mundo dos cosméticos, com um hidratante concentrado.
"O desafio para desenvolver esse creme era muito grande, porque não existia nada parecido no mercado. Tínhamos uma dificuldade técnica de misturar água com emulsificantes. Fazer hidratante a base de água sempre foi mais difícil. Muitas vezes, o produto era à base de óleo", diz Tatiana Ponce, CMO e head de Inovação da Natura, marca que assina a novidade.
O Natura Ekos Hidratante Concentrado de Castanha chegou às prateleiras no final de janeiro. O produto vem em uma pequena embalagem de 30 ml e você pode diluí-lo em água potável, gerando um vidro de 250 ml de hidratante, com a mesma textura e benefícios da versão tradicional.
Já testei o hidratante. Ao vê-lo antes de misturá-lo com a água é difícil acreditar que vai dar certo. Mas posso garantir que funciona. Depois de cerca de um minuto, eu tinha em mãos uma mistura igual àquelas que eu estou acostumada a ver quando penso em produtos como esse.
Desenvolvimento e vantagens
Apesar de a empresa dizer que não foi uma tarefa fácil, a solução chegou bem rápido. Foram necessários três anos para desenvolver uma fórmula que funcionasse em grande escala. "Nós testamos em todas as águas potáveis do Brasil", explica Ponce.
O produto, que custa cerca de R$ 78 no kit que vem com o vidro para diluir e R$ 59,90 só o refil, não tem o valor tão acessível para um hidratante, mas, segundo Ponce, tanto a fórmula quanto o cuidado que se tem na criação da embalagem, focando sempre na recuperação do meio ambiente, são trabalhos custosos.
A fórmula é cara, porque ela demanda mais tecnologia. Para o consumidor, repassamos o menor valor possível. Absorvemos muito deste custo pelo impacto positivo que trazemos para a natureza ao investir em uma inovação como essa. Tatiana Ponce, head de Inovação da Natura
E os impactos ao ambiente, segundo a empresa, são vários. A embalagem desse hidratante é feita 100% de plástico reciclado, que é retirado dos rios amazônicos. E como é reutilizável, há uma redução de 81% de material plástico em relação à compra de um refil tradicional.
"A Natura é muito próxima da população ribeirinha da região. Eles contam que têm uma renda maior no trabalho conosco", diz Ponce. O óleo de castanha, usado na produção do hidratante, é extraído por comunidades de cinco estados: Mato Grosso, Amapá, Acre, Roraima e Amazonas. A escolha fortalece o empreendedorismo local e impacta 195 famílias.
E por estarmos falando de embalagens menores e mais leves, há também um impacto na emissão de gases estufas no deslocamento do produto. "É sensacional. Usamos 75% a menos de caminhões nesse transporte, o que resulta em uma emissão 20% menor de gases em relação ao refil que já temos", diz Ponce.
Atualmente, a empresa fez o depósito da patente da fórmula e espera a validação.
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