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Mapas do Brasil para Bienal de Veneza podem combater covid na Amazônia

Mapa do Brasil exposto no pavilhão brasileiro da Bienal de Arquitetura de Veneza 2018 - Reprodução
Mapa do Brasil exposto no pavilhão brasileiro da Bienal de Arquitetura de Veneza 2018 Imagem: Reprodução

Lígia Nogueira

Colaboração para Ecoa, em São Paulo

14/08/2020 15h00

O que será diferente amanhã? A pergunta é lançada ao leitor que acessa o site do Amanhã (de)Novo, organização sem fins lucrativos criada como uma resposta à crise desencadeada pela pandemia. Além de arrecadar doações, a ONG está promovendo a venda de 10 mapas do Brasil em grande escala —originalmente produzidos para a exposição do pavilhão brasileiro na Bienal de Arquitetura de Veneza 2018— para ajudar a combater o coronavírus na Amazônia.

As obras foram produzidas pelos curadores da exposição (Sol Camacho, Laura González Fierro, Gabriel Kozlowski e Marcelo Maia Rosa) em colaboração com mais de 200 profissionais de 10 disciplinas —entre eles Drauzio Varella e Carla Caffé— e medem 3 X 3 metros. Cada uma delas é composta por quatro peças separadas que se encontram no centro ou que podem ser expostas separadamente. O enquadramento da obra e os suportes de estrutura e fixação foram feitos sob medida em metal.

Segundo os responsáveis pela iniciativa, os mapas mostram 10 diferentes faces do Brasil e expõem as divisões visíveis e invisíveis que definem a identidade do país. "Essas grandes cartografias exploram temas como imigração, a acessibilidade de nossas fronteiras e a movimentação de commodities no território brasileiro. Eles revelam as causas da fragmentação social e ambiental que impedem o país de estabelecer uma esfera pública mais igualitária e democrática."

Cada mapa foi desenvolvido a partir de uma pesquisa com extensos conjuntos de dados de instituições nacionais e internacionais, incluindo o IBGE, a Polícia Federal do Brasil, a NASA e o Global Forest Watch.

Mapa do Brasil Bienal de Veneza 2018 - Reprodução - Reprodução
Imagem: Reprodução

Os recursos arrecadados com a venda das obras serão doados para a campanha Amazônia Sempre, por meio da parceria com as ONGs Brazil Foundation e Conservação Internacional Brasil. A campanha apoiará comunidades indígenas, quilombolas e ribeirinhas da Amazônia no combate aos efeitos imediatos da covid-19.

O portal de arquitetura "ArchDaily Brasil", um dos mais importantes do país, reconheceu o significado da iniciativa: "apesar de todo o reconhecimento internacional que esses mapas tiveram em disseminar informações sobre o Brasil, eles nunca foram tão relevantes como agora".