Dolphin Mini: onde BYD ganha ou perde de Onix, Polo e elétricos 'baratos'

A BYD acaba de lançar o Dolphin Mini, seu novo carro mais em conta, com proposta de mercado arrojada. Por R$ 115.800, está na mesma faixa de preço que as versões de topo e com câmbio automático dos hatches compactos à combustão.

Esperava-se que fosse mais barato. Inclusive, temendo o lançamento, a concorrência tinha até reduzido os preços de seus elétricos para bem aquém do que o Dolphin efetivamente veio a custar.

Ainda que, por enquanto, seja importado da China, trata-se de um carro que se beneficiará da planta de Camaçari (BA), onde será fabricado assim que inaugurar, algo previsto para 2025. Isso vai contribuir para, dentre outros pontos, reduzir custos de produção (o que aumentará a possibilidade de descontos) e aumento da oferta de peças de reposição.

Mas como é o Dolphin Mini comparado aos concorrentes, todos eles já experientes no país? Veremos a seguir.

Preço

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Imagem: Divulgação

Entre os rivais mais próximos de preço estão o elétrico Chery iCar (R$ 119.990), Hyundai HB20 (exatamente entre as versões Platinum Safety, de R$ 114.590, e a Platinum Plus, de R$ 121.690), Peugeot 208 Griffe 1.0 turbo (R$ 116.490), Volkswagen Polo Highline (R$ 118.990) e Chevrolet Onix Premier (R$ 117.480).

Já o Renault Kwid e-tech é o modelo elétrico mais barato do Brasil, custando R$ 99.990 após redução de preço por parte da montadora francesa.

Design

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Imagem: Vitor Matsubara / UOL
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Gosto é sempre algo bem subjetivo. Entretanto, suas linhas arrojadas e até mesmo esportivas o colocam em um patamar de destaque no quesito da personalidade. Aliás, o carro chega a superar até mesmo o Dolphin convencional.

Tem vincos pontiagudos e superfícies relativamente planas, mas que se unem com extremidades mais arredondadas. As assinaturas de LED passam sensação de movimento, com unificação das lanternas traseiras por meio de filete refletivo e moldura, aerofólio, apliques na parte inferior das laterais, dentre outros elementos.

Quanto aos rivais, o iCar ainda agrada com seus ares futuristas, enquanto o HB20 o faz com suas linhas afiadas, mas suaves. Em relação a Peugeot e Polo, ambos têm aspectos que reforçam a sensação de velocidade e a esportividade, que costumam ser apreciados pelo público mais jovial. No fim das contas, vai de gosto, mas o novo Dolphin Mini consegue muito bem unir tudo em um carro só.

Tamanho

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A princípio, virá com apenas quatro lugares, devendo passar a ter cinco até o fim do semestre, a depender do andamento das novas homologações. O espaço para as malas também fica aquém da concorrência, com apenas 230 litros (ou 70 a menos do que a média dos rivais da GM, da VW e da Hyundai). Por isso que, em relação a eles, só consegue superar o subcompacto da Chery.

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Ao todo, tem 3,78 metros de comprimento e 2,50 m de entre-eixos. Como exemplo, o HB20 (que, com o Polo, é um dos líderes de espaço interno) é 24 cm mais longo, mas tem só 3 cm a mais de entre-eixos. Isso mostra que, apesar da menor capacidade do BYD para acomodação, todos estarão bem acomodados, dentro do possível. Esse fenômeno se deve aos seus balanços curtos, algo que também contribui para evitar de raspar nas valetas.

As outras medidas são 1,72 m de largura e 1,58 m de altura. Como se trata de um carro mais curto, acaba sendo cerca de 10 cm mais alto do que a maioria dos rivais compactos (como é o caso do HB20, mais uma vez).

Vida a bordo

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O interior do BYD tem mesclas de cores, bancos com desenho esportivo, painel com estilo flutuante, comandos no volante, seletor de marcha posicionado ao centro, acabamento sensível ao toque com elementos texturizados, e por aí vai. Ao mesmo tempo em que a proposta é ser um carro prático, é também de ser lúdico e diferente de uma padronização mais sóbria.

Tirando o espaço interno, o resto é mais atrativo no Dolphin Mini do que nos concorrentes, que tendem a seguir caminhos mais sóbrios e convencionais. Ainda que todos venham bem equipados, os modelos a combustão não têm o mesmo nível de acabamento, além de projetos tão atuais para que possam transmitir uma sensação de modernidade equivalente.

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O rival que mais se aproxima do chinês nesses quesitos é o Peugeot 208, com seu curvo painel i-Cockpit, botões estilo teclas de piano, iluminação interna, cluster digital 3D, dentre outros equipamentos que fazem o hatch ser fora da curva nesse quesito.

Dos carros a combustão, o VW Polo tem um sistema multimídia mais moderno - ainda que não necessariamente seja mais bonito. E apesar do design do cluster 3D do Peugeot até ser mais agradável, o do seu rival alemão oferece quantidade maior de funções. Mas quando comparamos o espaço interno dele com os demais a combustão, perde de todos. Isso mostra como é difícil ganhar em tudo.

Equipamentos

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Imagem: Vitor Matsubara / UOL

O Dolphin Mini traz bancos de couro sintético e ajustes elétricos para o motorista, acesso por chave presencial, partida por botão, faróis de LED com acendimento automático, carregador de celular por indução, central multimídia de 10,1 polegadas com tela giratória e conexões Android Auto (com ou sem fio) e Apple CarPlay (só com fio) e seis airbags, câmera e sensor de ré, controlador de velocidade e rodas de liga leve de 16 polegadas.

Quanto à concorrência, o Caoa Chery iCar ainda tem boa conectividade e itens de comodidade, mas é o que leva a pior. Enquanto isso, a batalha fica acirrada entre os modelos a combustão (Onix, HB20 e Polo, todos nas versões topo de linha). Não há um vencedor absoluto, pois, em todos os casos, uns oferecem determinados itens, enquanto outros não. Veja a seguir o que cada um oferece.

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Peugeot 208 Griffe: central multimídia de 10,3", sensor de estacionamento, câmera de ré 180º, controles de tração e de estabilidade, DRL em LED, rodas de liga leve de 16 polegadas, teto panorâmico, carregador por indução, cluster 3D, 6 airbags, sensor de chuva e luminosidade, alerta de colisão, frenagem de emergência automática, reconhecimento de placas de trânsito, auxílio de farol alto, reconhecimento automático de sinalização de velocidade, detector de fadiga, chave presencial, alerta e correção de permanência em faixa.

Hyundai HB20 Platinum Plus: frenagem autônoma de emergência, alerta de ponto cego, assistente de manutenção em faixa, detector de fadiga, farol alto adaptativo, assistente de tráfego cruzado traseiro, câmera de ré, painel digital, carregador por indução, 6 airbags, rodas de liga leve de 16", central multimídia de 8", faróis de neblina, sensor de chuva e luminosidade, retrovisores de rebatimento elétrico, monitoramento de pressão dos pneus, assistência de recuperação veicular, chamada de emergência, chave presencial com partida do motor por botão e lanternas em LED.

VW Polo Highline: faróis de LED, controle de estabilidade, 4 airbags, rodas de liga leve de 16", bancos e portas com couro sintético, painel de instrumentos digital de 10", carregador wireless para smartphones, ar-condicionado digital automático, vetorização de torque sensor de chuva e luminosidade, central multimídia VW Play de 10", retrovisor fotocrômico, saída de ar traseira, faróis com acendimento automático, monitoramento de pressão dos pneus, câmera de ré, sensor de estacionamento dianteiro e traseiro e sensor de chuva.

Chevrolet Onix Premier: controle de estabilidade, 6 airbags, rodas de liga leve de 16", bancos de couro, carregador wireless para smartphones, acendimento automático dos faróis, alerta de ponto cego, sensor de estacionamento dianteiro lateral e traseiro, câmera de ré, monitoramento de pressão dos pneus, chave presencial para acesso e partida, controle de cruzeiro, chamada de emergência, assistência de recuperação veicular, central multimídia MyLink com tela de 8" e Wi-Fi.

Eficiência

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Aqui é onde os carros elétricos "falam alto" de verdade. Só pelo simples fato de não precisarem abastecer, a economia já é bem grande.

Com 280 km de autonomia (Inmetro), o BYD vai mais longe por carga do que o Caoa Chery iCar, que tem 198 km, segundo aferições do mesmo órgão. Mas como se tem observado com praticamente todos os elétricos, no uso cotidiano, faz-se mais do que os números de homologação da etiquetagem.

Desempenho

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Ainda que as respostas dos carros elétricos sejam instantâneas, o Caoa Chery e o BYD perdem de todos os rivais a combustão. Além de pesar quase como um SUV compacto (1.240 kg), os 75 cv e 13,8 kgfm do BYD não são o suficiente para entregar acelerações vigorosas até 100 km/h, tarefa que cumpre em 14,9 segundos. O conterrâneo iCar, por sua vez, tem 61 cv e 15,3 kgfm, mas chega aos 100 km/h em menos tempo (12,8 segundos).

Ainda assim, tudo isso é inferior a todos os rivais a combustão. Deles, o Peugeot 208 é o mais potente e ágil na prova dos 0 a 100 km/h. Graças ao motor 1.0 turbo de 130 cv e 20,5 kgfm, aliado ao câmbio automático CVT, é capaz de acelerar até 100 km/h em 9 segundos e chegar aos 205 km/h, conforme a fabricante.

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